
Conta seu infaltável assesor e companheiro de armas, o senhor de Joinville:
Acontecia-lhe muitas vezes, depois da Missa, ir sentar-se no bosque de Vincennes, ao pé de um carvalho, e nos fazer sentar em torno dele.
Todos os que tinham problemas vinham lhe falar sem serem molestados por guardas ou quem quer que fosse.
E ele perguntava: “Há alguém aqui que tenha um adversário?”
Os partidos se levantavam: “Calai-vos, dizia o rei; resolver-se-ão vossos casos uns após outros”.
Chamava, então, Monseigneur Pierre de Fontaines e Monseigneur Geoffroy de Villete e dizia a um deles: “resolvei este litígio”.
Percebendo alguma alteração necessária às proposições dos juízes, ou do partido contrário, não deixava de fazê-la pela sua própria boca.
Eu o vi algumas vezes no verão ir ao jardim de Paris para ter audiência, vestido de uma cota de camelo e de uma sobrecota sem mangas, um manto negro de seda em torno do pescoço, muito bem penteado e coberto simplesmente com um chapéu de plumas de pavão.
Fazia estender um tapete pelo solo e todo o povo acorria para lhe apresentar pedidos, ficando de pé à sua volta. E ele resolvia os problemas de maneira que eu disse acima, quando falei do bosque de Vincennes.
(Fonte: Joinville, « Le Livre des saintes paroles et de bons faits de notre saint roi Louis »)
Fonte: Heróis Medievais
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