sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Homossexuais ou pessoas com atração pelo mesmo sexo? - Trecho de entrevista com o Padre Paul N. Check (Courage)

Pe. Paul Check, diretor internacional 
do Apostolado Courage
Catholic World Report (CWR): Dentro do Courage vocês fazem uma clara distinção entre a atração pelo mesmo sexo e o estilo de vida gay. Você pode esclarecer a diferença?

Padre Paul Check: A pergunta mais importante já colocada na história da humanidade foi feita por Nosso Senhor, quando disse aos apóstolos: “Quem dizeis que eu sou?”[1]. É uma questão de identidade, porque é a partir de sua compreensão que descobrimos como viver de uma maneira consistente junto à ela. Não vou dizer que é sempre fácil, porque temos a concupiscência, mas a fim de compreendermos a maneira correta de pedir, primeiro temos que responder claramente a questão do ser.

No que diz respeito à pessoa humana, a pergunta ‘Quem sou eu?’ é melhor respondida com a compreensão de que somos filhos de Deus redimidos pelo sangue de Cristo e chamados a ser seus discípulos. Somos convidados a crescer nesta vida de graça e de glória na vida futura. Esta é a base da parte mais importante e essencial da nossa identidade.

Agora, há outras coisas que compõem nossa identidade. A nossa família humana e de onde pertencemos geograficamente. Essas coisas também são importantes, mas não tão importantes como a questão fundamental da nossa identidade: a de sermos filhos de Deus.

Fomos criados como seres sexuais e esta história nos é contada no livro de Gênesis, que não é um livro de ciência, é claro, e não nos diz em termos precisos como o homem veio a ser criado. Porém, diz precisamente quem somos, quem devemos ser e a quem somos destinados a olhar para a compreensão da nossa identidade. Nessa história do Gênesis é claro que Deus, em sua sabedoria, dividiu a raça humana de tal forma que a natureza humana é expressa no masculino e no feminino.


Existe uma questão teológica e antropológica muito rica. Apesar disso, para nossos propósitos aqui, enquanto há a natureza humana, que é sempre expressa muito concretamente em uma pessoa (uma pessoa que é masculina ou feminina) a identidade sexual é também algo essencial para ela. E, a fim de saber quem somos e como a identidade sexual é devidamente expressa, nós voltamos nosso olhar para a história do Gênesis e aprendemos sobre a união do homem com a mulher, a fecundidade de Deus em seu plano, e como seus dons de fecundidade estão associados com a faculdade sexual e são inerentemente ligados à intimidade sexual.

Com esse preâmbulo, a razão pela qual eu penso que a Igreja evita os rótulos de “gay”, “homossexual” e “lésbica” como substantivos é porque em sua sabedoria materna e em sua caridade, seguindo a história de quem o homem é, ela não quer fazer a identidade de alguém entrar em colapso apenas por conta do seu apetite sexual. Isso parece injusto e não caridoso. É preciso um pouco mais de caridade para dizer que uma pessoa tem atração pelo mesmo sexo do que usar rótulos que são muito populares na cultura de hoje.

Ao dizer isto, é claro, eu não estou de forma alguma minimizando a força, a intensidade, a duração ou a frequência dos sentimentos de atração pelo mesmo sexo e quão importante esses sentimentos são para alguém que quer se auto-compreender. Nós só queremos dar à atração pelo mesmo sexo a etiqueta apropriada. Não exagerando-a, mas claramente não diminuindo ninguém a tão pouco.

(Observação: A palavra "importante", aqui, não está evidentemente querendo valorizar positivamente tais sentimentos, mas se refere a importância desse dado para que o indivíduo em questão conheça e compreenda a si mesmo.)

[Padre Paul N. Check, 'Homosexuality, Identity, and the Grace of Chastity' (Homossexualidade, Identidade, e a Graça da Castidade), entrevista para o jornal 'Catholic World Report' em 03.IX.2013]

Fonte: Courage Brasil


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