Cardeal Robert Sarah. Crédito:
Sabrina Fusco (ACI Prensa)
WASHINGTON DC, 19 Mai. 16 / 06:00 pm
(ACI).- O Prefeito da
Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos no
Vaticano, Cardeal Robert Sarah, afirmou que a ideologia de gênero é “demoníaca”
e um “impulso mortal” que ataca as famílias.
Assim o indicou o Cardeal africano em
sua intervenção no tradicional ‘National Catholic Prayer Breakfast’, em
Washington (Estados Unidos), no qual se reuniram diversos líderes do país para
tratar diversos temas de grande importância.
Em sua exposição, o Cardeal disse que
em nenhum lugar a perseguição religiosa é “mais clara que na ameaça das
sociedades contra as famílias através da uma demoníaca ideologia de gênero, um
impulso mortal que se experimenta em um mundo no qual extirpa cada vez mais
Deus através da colonização ideológica” denunciada em distintas ocasiões pelo
Papa Francisco.
O Prefeito disse ainda que defender a
família é uma tarefa fundamental na sociedade atual: “Não é uma guerra
ideológica. Trata-se na verdade de defender-nos a nós mesmos, os nossos filhos
e as gerações futuras ante uma ideologia demoníaca (a ideologia de gênero), a
qual afirma que as crianças não necessitam mães e pais. Ela nega a natureza
humana e quer extirpar Deus de gerações inteiras”.
“A ruptura das relações fundamentais
na vida da
pessoa – por meio da separação, do divórcio ou das imposições distorcidas da
família como a convivência e as uniões do mesmo sexo – é uma ferida profunda
que fecha o coração ao amor que se entrega até a morte e que leva ao cinismo e
à desesperança”.
Estas situações, continuou o Cardeal,
“prejudicam as crianças pequenas ao deixá-las com uma dúvida existencial
profunda sobre o amor. São um escândalo e um obstáculo, que faz com que os mais
vulneráveis não acreditem em tal amor, e um peso, que esmaga e que pode impedir
que se abram ao poder de cura do Evangelho”.
Em meio a tudo isto, disse o Cardeal
africano, a Igreja e
o Papa Francisco tentam combater a globalização da indiferença.
“Por esta razão o Santo Padre, aberta
e vigorosamente, defende o ensinamento da Igreja sobre a anticoncepção, o aborto, a
homossexualidade, as tecnologias reprodutivas, a educação das crianças e muitos
outros”, indicou o Cardeal.
Atualmente, continuou o Cardeal
Sarah, “a violência contra os cristãos não é somente física” como a que sofrem
os fiéis do Oriente Médio nas mãos do Estado Islâmico, “mas também política,
ideológica e cultural”.
“Esta forma de perseguição religiosa
é tão ou mais prejudicial, mas é mais escondida. Não destrói fisicamente, mas
espiritualmente”, precisou.
Por isso, o Cardeal disse que
atualmente e “em nome da ‘tolerância’ os ensinamentos da Igreja sobre o
matrimônio, a sexualidade e a pessoa humana estão sendo desmanteladas” e
criticou a legalização das uniões de mesmo sexo, o mandato abortista da
administração Obama e as leis que permitem o acesso aos banheiros de acordo com
a chamada “identidade de gênero”.
Em seguida, o Cardeal se dirigiu aos
participantes do ‘National Catholic Prayer Breakfast’ ressaltando que chegou
aos Estados Unidos para “encorajá-los a ser proféticos, fiéis e sobretudo a fim
de que rezem”.
“Estas três sugestões – prosseguiu –
demonstram que a batalha pela alma da América e a alma do mundo é basicamente
espiritual. Mostram que a batalha briga primeiro com nossa própria conversão a
Deus a cada dia”.
É importante para esta missão,
continuou, um grande discernimento a respeito de como “em suas vidas, em seus
lares, em seus locais de trabalho, em sua nação, Deus está sendo reduzido,
eclipsado e liquidado”.
Recordando o título do seu livro, o
Cardeal concluiu: “ao final, é Deus ou nada”.
“Dieu ou rien” (Deus ou nada) é o
nome do livro no qual aparece a extensa entrevista realizada pelo jornalista
francês Nicolas Diat ao Cardeal Sarah. Este homem de imprensa também escreveu
um livro sobre Bento XVI.
Os temas do livro são variados e não
excluem alguns polêmicos como os abusos sexuais de alguns membros do clero e a
enérgica e decisiva reação de João Paulo II, Bento XVI e Francisco com sua
política de tolerância zero; além das grandes perguntas do mundo pós-moderno
que vive longe de Deus.
O Cardeal Sarah foi ordenado
sacerdote em 1969 e foi consagrado bispo em 1979, tornando-se o bispo mais
jovem do mundo.
Em 2001, foi convocado a Roma pelo
Papa João Paulo II para servir como Secretário da Evangelização dos Povos.
Bento XVI o escolheu como presidente
do Pontifício Conselho Cor Unum em 2010 e em 2014 o Papa Francisco o nomeou
Presidente do dicastério vaticano que é responsável pela liturgia.
Fonte: ACI Digital
Nenhum comentário:
Postar um comentário