Os
“novos pobres” da Teologia da Libertação
Por Pe. José Eduardo*
Vocês já notaram que a "opção
preferencial pelos pobres" foi desaparecendo ou se ressignificando no
vocabulário da TL? Isto se deve a dois motivos principais:
- em primeiro lugar, à compreensão que o
movimento revolucionário teve de que a "revolução sexual" era mais
importante do que se imaginava a princípio, pois chegaram à conclusão de que
era a família, e não propriamente a propriedade privada, a origem da psicologia
do poder, verdadeira causa da desigualdade sócio-econômica.
- em segundo lugar, ao fato de que, com a
ascensão dos partidos socialistas ao poder na América Latina, falar sobre os
"pobres" seria um "tiro no pé", e isto para qualquer uma
das facções comunistas. Como eles louvam dia e noite o presumido fato de que
retiraram não sei quantos milhões da pobreza, teologar sobre ela seria um
contra-senso, uma anti-propaganda.
Contudo, como dizia Marilena Chauí num seu
odioso vídeo, o discurso TL-petista tem um vício que contradiz seu intento
revolucionário: dizendo ter melhorado a vida do pobre, o único resultado que
alcançaram foi expandir a classe média, a pseudo-burguesia que eles tanto
odeiam.
Por isso, era necessário encontrar um novo
tipo de "pobre", pois não serviriam mais os tais
"despossuídos" das décadas de 80 e 90. E eles o encontraram naquilo
que Gramsci chamava de lupemproletariado, aquele estrato maltrapilho (moral e
economicamente) da população, que sempre existe e existirá em qualquer
sociedade.
Os novos pobres são os gays, as prostitutas,
os delinquentes, os pervertidos morais, os cultivadores de lixo cultural, da
anti-arte, os satanistas, enfim, aqueles que sempre foram considerados
elementos desagregadores da sociedade.
Além destes, para dissimularem um pouco este
horror grotesco, forjaram ainda outro tipo de pobre: a natureza, e aderiram ao
discurso ecologista, trocando a "opção pelos pobres" por uma
"opção pela vida", não necessariamente humana, e quanto mais se entra
dentro do submundo "intelectual" do partido, necessariamente
não-humana (os eco-teólogos-libertadores já chegaram a escrever que o homem é
um vírus no planeta, e que deveria ser eliminado).
A ironia por trás de toda esta estupidez é o
fato de que, pelo menos no âmbito da teologia da libertação, aquilo que se
dizia nas décadas passadas quando se alegava que a Igreja sempre optou pelos
pobres e não necessitava da TL para fazê-lo (vide o exemplo de S. Francisco e
dos frades mendicantes) era que o mérito da TL consistia no fato de ter
descoberto o "pobre como classe econômica" como "categoria
teológica".
Agora, os fatos demonstram que a alegação era
tão falsa como a abordagem teológica mesma. Os pobres são tão descartáveis nela
quanto estas mesmas novas suas definições. A única coisa a que se prestam é à
aquisição ou manutenção do poder político, utilizando-se a Igreja como
instrumento para chegar a ele.
Não se admirem caso dentro de alguns meses as
paróquias comecem a ser invadidas pelo lupemproletariado, e ao seu lado esteja
alguém que você nunca imaginou que pudesse estar dentro duma Igreja. Na década
de 80, quando as comunidades começaram a ser invadidas pelos comunistas, que
até então se declaravam ateus, aquilo parecia impossível. Hoje, duplas LGBT
querem batizar seus "filhos", apadrinhar filhos alheios, assentar
seus novos nomes transex nos registros paroquiais e até mesmo casarem-se na
igreja.
Alguns pensam que isto
é casual, "sinal dos tempos". Não o é. São os novos pobres da TL que
estão chegando, com Bíblia Pastoral nas axilas e cartilhas da PJ de tira-colo.
O discurso está pronto e há quem o defenda. Oxalá estejamos preparados para
desmascarar o ardil, e revelar que ninguém está preocupado com eles e com sua
conversão, mas apenas em usá-los como instrumento de subversão, de domínio e de
permanência no poder. Afinal de contas, se acabarem com o lupemproletariado,
não haverá mais revolução. Urge, então, mantê-los na delinquência moral, e até
criar uma "moral" teológica para os manter aí. Caso contrário, também
eles aderirão à moral burguesa, cristã, conservadora. E de tal mal, livre-nos
Gaia, valha-nos Marilena Chauí.
Fonte: https://www.facebook.com/jose.eduardo.7792/posts/975225539156128?fref=nf&pnref=story
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