sexta-feira, 18 de setembro de 2015

São Josemaría Escrivá - Pureza (Capítulo do livro "Sulco")



831 A castidade - a de cada um no seu estado: solteiro, casado, viúvo, sacerdote - é uma triunfante afirmação do amor.

832 O “milagre” da pureza tem como pontos de apoio a oração e a mortificação.

833 A tentação contra a castidade demonstra-se tanto mais perigosa quanto mais dissimulada: por se apresentar insidiosamente, engana melhor. - Não transijas, nem sequer com a desculpa de não “parecer estranho”!

834 A santa pureza: humildade da carne! Senhor - pedias-Lhe -, sete chaves para o meu coração. E aconselhei-te que Lhe pedisses sete chaves para o teu coração e, também, oitenta anos de gravidade para a tua juventude... Além disso, vigia..., porque mais depressa se apaga uma fagulha do que um incêndio; foge..., porque aqui é uma vil covardia ser “valente”; não andes com os olhos esparramados..., porque isso não indica ânimo desperto, mas insídia de satanás. Mas toda essa diligência humana, junto com a mortificação, o cilício, a disciplina e o jejum, que pouco valem sem Ti, meu Deus!

835 Assim matou aquele confessor a concupiscência de uma alma delicada, que se acusou de certas curiosidades: - “Ora! Instintos de machos e de fêmeas!”.

836 Tão logo se admite voluntariamente esse diálogo, a tentação tira paz à alma, do mesmo modo que a impureza consentida destrói a graça.

837 Seguiu o caminho da impureza com todo o seu corpo... e com toda a sua alma. - A sua fé foi-se esfumando..., embora saiba muito bem que não é problema de fé.

838 “O senhor disse-me que se pode chegar a ser `outro' Santo Agostinho, depois do meu passado. Não duvido, e hoje mais do que ontem quero esforçar-me por comprová-lo”. Mas tens de cortar valentemente e pela raiz, como o santo bispo de Hipona.

839 Sim, pede perdão contrito, e faz abundante penitência pelos acontecimentos impuros da tua vida passada - mas não queiras recordá-los.

840 Essa conversa... suja, de cloaca! - Não basta que não a secundes: manifesta energicamente a tua repugnância!

841 É como se o “espírito” se fosse reduzindo, empequenecendo, até ficar num pontinho... E o corpo aumenta, agiganta-se até dominar. - Foi para ti que São Paulo escreveu: “Castigo o meu corpo e o reduzo à escravidão, não seja que, tendo pregado aos outros, venha eu a ser reprovado”.

842 Que pena dão os que afirmam - pela sua triste experiência pessoal - que não se pode ser casto vivendo e trabalhando no meio do mundo! - Com esse raciocínio ilógico, não deveriam incomodar-se se alguém ofende a memória de seus pais, de seus irmãos, da sua mulher, do seu marido.

843 Aquele confessor, um pouco rude, mas experiente, conteve os desvarios de uma alma e os reduziu à ordem com esta afirmação: “Andas agora por caminhos de gado; depois conformar-te-ás em ir pelos das cabras; e depois..., sempre como um animal, que não sabe olhar para o céu”.

844 Talvez sejas... isso mesmo, o que és: um animalzinho. - Mas tens de reconhecer que outros são íntegros e castos. Ah!, e não te irrites depois, quando não contarem contigo ou quando te ignorarem: eles e elas organizam os seus planos humanos com pessoas que têm alma e corpo..., não com animais.

845 Há quem traga filhos ao mundo para o seu benefício, para o seu serviço, para o seu egoísmo... E não se lembram de que são um dom maravilhoso do Senhor, do qual terão que prestar contas especialíssimas. Trazer filhos, somente para continuar a espécie, também o sabem fazer - não te zangues comigo - os animais.

846 Um casal cristão não pode desejar cegar as fontes da vida. Porque o seu amor se fundamenta no Amor de Cristo, que é entrega e sacrifício... Além disso, como Tobias recordava a Sara, os esposos sabem que “nós somos filhos de santos, e não podemos juntar-nos à maneira dos gentios, que não conhecem a Deus”.

847 Quando éramos pequenos, procurávamos grudar-nos à nossa mãe, ao passarmos por caminhos escuros ou por onde havia cachorros. Agora, ao sentirmos as tentações da carne, devemos chegar-nos estreitamente à Nossa Mãe do Céu, por meio da sua presença bem próxima e por meio das jaculatórias. - Ela nos defenderá e nos levará à luz.

848 Pensa, que são mais homens, ou mais mulheres, por levarem essa vida desordenada. Vê-se que os que raciocinam assim colocam o seu ideal de pessoa nas meretrizes, nos invertidos, nos degenerados..., naqueles que têm o coração podre e não poderão entrar no Reino dos Céus.

849 Permite-me um conselho, para que o ponhas em prática diariamente. Quando o coração te fizer notar as suas baixas tendências, reza devagar à Virgem Imaculada: Olha-me com compaixão, não me deixes, minha Mãe! - E aconselha-o assim a outros.


Fonte: http://www.escrivaworks.org.br/book/sulco-capitulo-26.htm

Questionário sobre a luta pela castidade - Pe. Francisco Faus



─ Encaro a castidade que Deus nos pede, como uma virtude pela qual vale a pena esforçar-se – com fortaleza e otimismo – , e procurar que cresça e ganhe cada vez mais pureza e delicadeza?

─ Compreendo que dizer que “é quase impossível superar esse tipo de pecados”, enquanto nos colocamos na boca do lobo e fazemos equilíbrios na corda bamba da tentação, é uma justificativa que não justifica nada?

─ “Fujo” das ocasiões, ou brinco com fogo, dando razão ao provérbio que diz que “o homem é o único animal que tropeça duas vezes na mesma pedra”, simplesmente porque não a evita?

─ Será que me convenço a mim mesmo, quando digo que não acontece nada por assistir a filmes pornográficos na televisão, ou por vasculhar por curiosidade tudo quanto é material do mesmo tipo na Internet e nas outras redes?

─ Peço a Deus que me ajude a me livrar de hábitos contrários à castidade, vícios que, quanto mais alimentados, mais podem descambar para formas deturpadas e até aberrantes de sexualidade?

─ Faço “novelas” inconvenientes com a minha imaginação? Não luto para desligar esses “filmes” íntimos, rezando e desviando a imaginação para outras coisas positivas que não ofendam a Deus?

─ Confesso-me com frequência – por exemplo, uma vez por mês – para fortalecer a minha alma (a inteligência e a vontade) com a graça desse Sacramento? Venço o “demônio mudo”, que me impele a calar, dominado pela vergonha, quando as faltas contra a castidade se repetem por longo tempo? Não percebo que a confissão frequente é uma arma poderosa para desarraigar esses hábitos sensuais?

─ Entendo que a castidade é uma virtude que valoriza o grande dom de Deus que é o sexo? Entendo que o sexo foi dado ao ser humano – filho de Deus – como um modo de participar do Amor de Deus e do seu poder Criador?

─ Vejo, por isso, que o sexo vivido como Deus quer, no matrimônio, é um meio de crescer na união e no amor dos esposos – santo, ardente e fecundo –, e de colaborar com o Criador na vinda de filhos de Deus, que receberão dEle uma alma imortal e um destino eterno?

─ Agradeço a Deus que me faça compreender que a luta pela castidade não é repressão negativa, nem ódio ou desprezo pelo corpo, mas – pelo contrário – a maior valorização da dignidade do corpo, exercendo o sexo dentro do plano sábio e amoroso de Deus?


Conclusões (Procure tirar as suas conclusões e anotá-las)

Fonte: http://www.padrefaus.org/archives/1641

Homossexuais ou pessoas com atração pelo mesmo sexo? - Trecho de entrevista com o Padre Paul N. Check (Courage)

Pe. Paul Check, diretor internacional 
do Apostolado Courage
Catholic World Report (CWR): Dentro do Courage vocês fazem uma clara distinção entre a atração pelo mesmo sexo e o estilo de vida gay. Você pode esclarecer a diferença?

Padre Paul Check: A pergunta mais importante já colocada na história da humanidade foi feita por Nosso Senhor, quando disse aos apóstolos: “Quem dizeis que eu sou?”[1]. É uma questão de identidade, porque é a partir de sua compreensão que descobrimos como viver de uma maneira consistente junto à ela. Não vou dizer que é sempre fácil, porque temos a concupiscência, mas a fim de compreendermos a maneira correta de pedir, primeiro temos que responder claramente a questão do ser.

No que diz respeito à pessoa humana, a pergunta ‘Quem sou eu?’ é melhor respondida com a compreensão de que somos filhos de Deus redimidos pelo sangue de Cristo e chamados a ser seus discípulos. Somos convidados a crescer nesta vida de graça e de glória na vida futura. Esta é a base da parte mais importante e essencial da nossa identidade.

Agora, há outras coisas que compõem nossa identidade. A nossa família humana e de onde pertencemos geograficamente. Essas coisas também são importantes, mas não tão importantes como a questão fundamental da nossa identidade: a de sermos filhos de Deus.

Fomos criados como seres sexuais e esta história nos é contada no livro de Gênesis, que não é um livro de ciência, é claro, e não nos diz em termos precisos como o homem veio a ser criado. Porém, diz precisamente quem somos, quem devemos ser e a quem somos destinados a olhar para a compreensão da nossa identidade. Nessa história do Gênesis é claro que Deus, em sua sabedoria, dividiu a raça humana de tal forma que a natureza humana é expressa no masculino e no feminino.


Existe uma questão teológica e antropológica muito rica. Apesar disso, para nossos propósitos aqui, enquanto há a natureza humana, que é sempre expressa muito concretamente em uma pessoa (uma pessoa que é masculina ou feminina) a identidade sexual é também algo essencial para ela. E, a fim de saber quem somos e como a identidade sexual é devidamente expressa, nós voltamos nosso olhar para a história do Gênesis e aprendemos sobre a união do homem com a mulher, a fecundidade de Deus em seu plano, e como seus dons de fecundidade estão associados com a faculdade sexual e são inerentemente ligados à intimidade sexual.

Com esse preâmbulo, a razão pela qual eu penso que a Igreja evita os rótulos de “gay”, “homossexual” e “lésbica” como substantivos é porque em sua sabedoria materna e em sua caridade, seguindo a história de quem o homem é, ela não quer fazer a identidade de alguém entrar em colapso apenas por conta do seu apetite sexual. Isso parece injusto e não caridoso. É preciso um pouco mais de caridade para dizer que uma pessoa tem atração pelo mesmo sexo do que usar rótulos que são muito populares na cultura de hoje.

Ao dizer isto, é claro, eu não estou de forma alguma minimizando a força, a intensidade, a duração ou a frequência dos sentimentos de atração pelo mesmo sexo e quão importante esses sentimentos são para alguém que quer se auto-compreender. Nós só queremos dar à atração pelo mesmo sexo a etiqueta apropriada. Não exagerando-a, mas claramente não diminuindo ninguém a tão pouco.

(Observação: A palavra "importante", aqui, não está evidentemente querendo valorizar positivamente tais sentimentos, mas se refere a importância desse dado para que o indivíduo em questão conheça e compreenda a si mesmo.)

[Padre Paul N. Check, 'Homosexuality, Identity, and the Grace of Chastity' (Homossexualidade, Identidade, e a Graça da Castidade), entrevista para o jornal 'Catholic World Report' em 03.IX.2013]

Fonte: Courage Brasil


quinta-feira, 17 de setembro de 2015

A Santa Pureza - São Josemaría Escrivá (Capítulo do livro "Caminho")


118 Deus concede a santa pureza aos que a pedem com humildade.

119 Que bela é a santa pureza! Mas não é santa nem agradável a Deus, se a separamos da caridade.

A caridade é a semente que crescerá e dará frutos saborosíssimos com a rega que é a pureza.

Sem caridade, a pureza é infecunda, e as suas águas estéreis convertem as almas num lamaçal, num charco imundo, donde saem baforadas de soberba.

120 Pureza?, perguntam. E sorriem. - São os mesmos que vão para o matrimônio com o corpo murcho e a alma desiludida.

Prometo-vos um livro - se Deus me ajudar - que poderá ter este título: “Celibato, Matrimônio e Pureza”.

121 É necessária uma cruzada de virilidade e de pureza que enfrente e anule o trabalho selvagem daqueles que pensam que o homem é uma besta.

- E essa cruzada é obra vossa.

122 Muitos vivem como anjos no meio do mundo. - Tu... por que não?

123 Quando te decidires com firmeza a ter vida limpa, a castidade não será para ti um fardo; será coroa triunfal.

124 Escreveste-me, médico apóstolo: “Todos sabemos por experiência que podemos ser castos, vivendo vigilantes, freqüentando os Sacramentos e apagando as primeiras chispas da paixão, sem deixar que ganhe corpo a fogueira.

“É precisamente entre os castos que se contam os homens mais íntegros, sob todos os aspectos. E entre os luxuriosos predominam os tímidos, os egoístas, os falsos e os cruéis, que são tipos de pouca virilidade”.

125 Eu quereria - disseste-me - que João, o Apóstolo adolescente, tivesse uma confidência comigo e me desse conselhos; e me animasse a conseguir a pureza do meu coração.

Se na verdade o queres, dize-lhe isso. E sentirás ânimo e terás conselho.

126 A gula é a vanguarda da impureza.

127 Não queiras dialogar com a concupiscência; despreza-a.

128 O pudor e a modéstia são os irmãos menores da pureza.

129 Sem a santa pureza, não se pode perseverar no apostolado.

130 Tira-me, Jesus, esta crosta suja de podridão sensual que me recobre o coração, para que sinta e siga com facilidade os toques do Paráclito na minha alma.

131 Nuncas fales, nem sequer para te lamentares, de coisas ou acontecimentos impuros. Olha que é matéria mais pegajosa que o piche. - Muda de conversa, e, se não é possível, continua, falando da necessidade e formosura da santa pureza, virtude de homens que sabem o que vale a sua alma.

132 Não tenhas a covardia de ser “valente”; foge!

133 Os santos não foram seres disformes, casos de estudo para um médico modernista.

Foram e são normais; de carne, como a tua. - E venceram.

134 Ainda que a carne se vista de seda... - dir-te-ei, quando te vir vacilar diante da tentação, que oculta a sua impureza sob pretextos de arte, de ciência..., de caridade!

Dir-te-ei, com palavras de um velho ditado espanhol: “Ainda que a carne se vista de seda, carne se queda”*

(*) O ditado original diz: "Aunque la macaca se vista de seda, macaca se queda", continua a ser macaca (N. do T.).

135 Se soubesses o que vales!... É São Paulo quem te diz: foste comprado "pretio magno" - por alto preço.

E depois continua: "Glorificate et portate Deum in corpore vestro" - glorifica a Deus e traze-O em teu corpo.

136 Quando procuraste a companhia de uma satisfação sensual... - depois, que solidão!

137 E pensar que por uma satisfação de um momento, que deixou em ti travos de fel e azebre, perdeste “o caminho”!

138 "Infelix ego homo! Quis me liberabit de corpore mortis hujus?" - Pobre de mim! Quem me livrará deste corpo de morte? - Assim clama São Paulo. - Anima-te. Ele também lutava.

139 À hora da tentação, pensa no Amor que te espera no Céu. Fomenta a virtude da esperança, que não é falta de generosidade.

140 Não te preocupes, aconteça o que acontecer, desde que não consintas. - Porque só a vontade pode abrir a porta do coração e introduzir nele essas coisas execráveis.

141 Na tua alma, parece que ouves materialmente: “Esse preconceito religioso!...” - E depois, a defesa eloqüente de todas as misérias da nossa pobre carne decaída: “os seus direitos!”

Quando isto te acontecer, diz ao inimigo que há lei natural e lei de Deus, e Deus! - E também inferno.

142 "Domine!" - Senhor! - "si vis, potes me mundare" - se quiseres, podes curar-me.

- Que bela oração para que a digas muitas vezes, com a fé do pobre leproso, quando te acontecer o que Deus e tu e eu sabemos! - Não tardarás a sentir a resposta do Mestre: "Volo, mundare!" - Quero, sê limpo!

143 Para defender a sua pureza, São Francisco revolveu-se na neve, São Bento jogou-se num silvado, São Bernardo mergulhou num tanque gelado...

- Tu, que fizeste?

144 A pureza limpidíssima de toda a vida de João torna-o forte diante da Cruz. - Os outros Apóstolos fogem do Gólgota; ele, com a Mãe de Cristo, fica.

- Não esqueças que a pureza fortalece, viriliza o caráter.

145 Frente de Madrid. Uma vintena de oficiais, em nobre e alegre camaradagem. Ouve-se uma canção, e depois outra e mais outra.

Aquele jovem tenente de bigode escuro só ouviu a primeira:

“Corações partidos,

eu não os quero;

e se lhe dou o meu,

dou-o inteiro”.

“Quanta resistência em dar meu coração inteiro!” - E a oração brotou em caudal manso e largo.


Fonte: http://www.escrivaworks.org.br/book/caminho-capitulo-4.htm
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