sábado, 13 de junho de 2015

Entretenimento Eucarístico com Jesus

† Entretenimento Eucarístico com Jesus

“... cumularei de graças particulares todas as almas que saberão manifestar-Me a alegria de seu coração entretendo-se Comigo em íntimo colóquio espiritual depois da Santa Comunhão. Infundirei nelas o meu Espírito e vivificarei as almas transformando a sua vida natural em verdadeira vida da Graça e cumulando-as de todo o meu Amor, com a minha Paz e com a serenidade interior da minha Luz.” Jesus a uma alma.

† O maior dom que Deus fez à humanidade é o mistério da Encarnação: o Filho de Deus feito homem. O maior dom depois da Encarnação é a Eucaristia. – Jesus Cristo vivo e verdadeiro entre nós com seu Corpo, seu Sangue, sua Alma e sua Divindade, para ser nosso companheiro na peregrinação da vida, no alimento e penhor de glória futura.
O ato mais solene de culto que sobre a terra se pode prestar à Divindade, é o sacrifício da Santa Missa; mas para os fiéis, o ato mais importante de culto e de amor a Deus é a receber Jesus Sacramentando na Santa Comunhão.

Comungar, comungar muitas vezes, comungar bem; dispor-se com antecedência para preparar a Jesus o coração purificado. Decência no vestir, humildade também interior, de maneira que Jesus entre satisfeito em nosso coração. – Antes da Comunhão pedir perdão a Jesus também das faltas pequenas; mas o que importa não é só a preparação remota e próxima, mas o entretenimento com Jesus depois da Santa Comunhão. A ação de graças se faz mais com o pensamento do que com as palavras, porque diante de Deus o pensamento tem mais valor. A oração feita com os lábios é um auxílio à nossa fraqueza humana. Jesus olha para o que pensamos e os afetos do no coração.

Após a Santa Comunhão devemos entreter-nos a sós com Jesus, em amorosos colóquios em atitude modesta, reverente, fazendo surgir com o pensamento, no coração, a devida ação de graças, sentimentos de amor, de fé, de adoração, de impetração, de maneira que Jesus não tenha a queixar-se como infelizmente se queixa de tantas almas que o recebem. Falando a alguma alma, Jesus disse: “Entro nos corações cheio de amor e encontro frieza e indiferença. Muitos me recebem, mas não sabem dizer-me nada. Estou nesses corações como um hóspede importuno, não sabem apreciar aqueles momentos e Eu não me sinto a vontade e provo mais amargura do que alívio.”
São Padre Pio, falando a uma alma, depois de sua morte, disse: “Recomenda, recomenda a todos o entretenimento com Jesus depois da Santa Comunhão.” 

Irmã Jacinta *


* Esta meditação foi retirada de um manual de orações copiado a mão por esta freira e dado de presente a uma senhora, algumas orações do manual tem autoria de santos e outras parecem ser meditações pessoais da Irmã, esta em si não apresenta nenhum autor. Em todo caso é uma belíssima meditação que nos leva a contemplar o mistério da Eucaristia, então por isso mesmo, ajude a compartilhá-la, toda caridade que fazemos aos outros na verdade é um bem ainda maior para nós mesmos!


terça-feira, 2 de junho de 2015

O guardião da castidade é o amor

Porque o guardião da castidade é o amor, é praticamente impossível falar de pureza para uma civilização que virou as costas para Deus.



Não é novidade alguma que a mensagem do Evangelho sobre a sexualidade cause escândalo às pessoas. C. S. Lewis escreve, com razão, que " a castidade é a menos popular das virtudes cristãs" [1], e, ainda no século XIII, Santo Tomás de Aquino – considerando que, "na fé cristã, são expostas as virtudes que excedem todo o intelecto humano, os prazeres são contidos e se ensina o desprezo das coisas do mundo" – sublinhava que é grande "milagre e claro efeito da inspiração divina que os espíritos humanos tenham concordado com tudo isto" [2].

Algumas épocas, no entanto, são particularmente insensíveis à virtude da castidade. É o caso da nossa geração, que ainda experimenta os frutos amargos da Revolução Sexual. O advento da pílula anticoncepcional – e o consequente divórcio entre o prazer e a geração dos filhos –, as chamadas "uniões livres", bem como a adoção do divórcio em várias legislações mundo afora, fortaleceram a ideia de que o ser humano poderia fazer de sua sexualidade o que bem entendesse, não dando a mínima para as leis inscritas pelo Criador em seu próprio coração.

A destruição ocorrida nas últimas décadas, no entanto, é apenas reflexo de um mal muito maior: o afastamento de Deus. É praticamente impossível falar de pureza para uma civilização que abandonou os valores eternos. A castidade é, por assim dizer, a "cereja do bolo" do cristianismo. Sem amor, ela se torna apenas uma norma a mais dentro um "moralismo" vazio. Santo Agostinho, por exemplo, fazia notar que o que se louva nas virgens "não é o fato de serem virgens, mas o estarem consagradas a Deus por uma santa continência" [3]. Ou seja, a grandeza da castidade está no amor com que é praticada, ou, como resumiu o próprio Agostinho: "A guardiã da virgindade é a caridade" [4].

Tome-se como modelo a vida da Beata Teresa de Calcutá. Mesmo em tempos de descrença como os nossos, são muitas as pessoas a admirar o testemunho dessa santa religiosa, inclusive fora da Igreja. E o que tornou reluzente a sua figura, fazendo com que os próprios chefes das nações a estimassem, e homens de letras, sem nenhum vínculo com a fé cristã, a respeitassem? Como pode ser que uma consagrada a Deus – e, por si só, "sinal de contradição" ( Lc 2, 34) – tenha conquistado tanta simpatia por onde passou? A resposta está na caridade, que dá forma a todas as obras e virtudes [5]. Por seu grande amor a Deus, Madre Teresa encheu de sentido todas as ações que realizava: desde a oração e vivência fiel dos votos religiosos até o extraordinário cuidado que tinha pelos doentes e miseráveis.

Tirando Deus do centro, porém, o que resta? O escritor britânico G. K. Chesterton, que viu o começo do século XX decretar "a morte de Deus", profetizou, ainda em 1926: " A próxima grande heresia será um ataque à moralidade, especialmente à moral sexual" [6]. Dito e feito. Não foi preciso nem meio século para que a barbárie invadisse as universidades, as igrejas e os lares. Pregou-se abertamente a destruição da família; abandonou-se largamente a vida religiosa; instaurou-se, enfim, no lugar onde deveriam reinar a ordem e a concórdia, uma verdadeira "luta de classes".

Também em seu tempo, São Paulo identificava a degradação sexual como consequência do afastamento e do abandono do verdadeiro Deus: "Apesar de conhecerem a Deus", os homens "não o glorificaram como Deus nem lhe deram graças". Como consequência, "Deus os entregou, dominados pelas paixões de seus corações, a tal impureza que eles desonram seus próprios corpos" (Rm 1, 21.24). Quando se despreza o Criador, não impressiona que as criaturas profanem os templos do Espírito Santo, que são os seus corpos (cf. 1 Cor 6, 19), e envenenem a própria fonte que dá origem ao ser humano. "Creatura enim sine Creatore evanescit – De fato, a criatura, sem o Criador, se esvai" [7].

Para que se devolva a saúde moral à nossa civilização, portanto, nada mais eficaz que mostrar ao mundo a beleza do amor de Cristo, que é o que dá brilho à tão esquecida virtude da castidade. Lembremo-nos das muitas mulheres que consagraram a sua virgindade a Deus e que, no fim da vida, foram coroadas com a palma do martírio. "Águeda e Luzia, Inês, Cecília, Anastásia": a sua caridade era tão ardente, que não contentes em oferecer ao Senhor o seu corpo, ofertaram-Lhe também as suas almas. Elas preferiram enfrentar os mais terríveis suplícios a perder a Santíssima Trindade que habitava em seus corações.

Que também nós, auxiliados pela graça, possamos dar ao mundo paganizado do século XXI um testemunho de Deus. Vale a pena gastar-se inteiramente por Ele, entregando mesmo a própria vida. Afinal, "ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos" ( Jo 15, 13).

Por Equipe Christo Nihil Praeponere
Referências
LEWIS, C. S. Cristianismo puro e simples. Martins Fontes: São Paulo, 2005. p. 37.
Suma contra os Gentios, I, 6, 2.
Sobre a Virgindade, 11: PL 40, 401.
Ibidem, 51: PL 40, 426.
Cf. Suma Teológica, II-II, q. 23, a. 8.
The Next Heresy. G. K.'s Weekly: June 19, 1926.
Constituição Pastoral Gaudium et Spes (7 de dezembro de 1965), n. 36.

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