sábado, 12 de abril de 2014

Santo Afonso Sobre a Vocação Sacerdotal






Nota: O trecho que vai abaixo está contido no capítulo XI [Quem ama Jesus Cristo procura desprender-se de todas as criaturas] do livro A PRÁTICA DO AMOR A JESUS CRISTO, 18ª edição, Editora Santuário. É um trecho muito oportuno, dado o que vemos acontecer com o clero, no Brasil e no mundo.

Note-se ainda que, assim como corre grande perigo de condenar-se quem não segue o chamado de Deus só para satisfazer os pais, também corre grande risco que se ordena padre sem vocação, só para agradar seus parentes. São três os principais sinais para se conhecer a verdadeira vocação sacerdotal: a ciência competente, a reta intenção de buscar só a Deus, e a boa conduta de vida.

O Concílio de Trento, falando especialmente da boa conduta, mandou aos bispos que não promovam às ordens sacras a não ser os já aprovados na virtude e bons costumes. Isso já tinha sido estabelecido por antigas prescrições canônicas. Isso se entende principalmente da constatação externa que o bispo deve fazer a respeito da boa conduta de quem vai ser ordenado. Mas, não se põe em dúvida que o Concílio exige e pede tanto a probidade exterior como a interior. Sem a interior, a probidade exterior não passa de um puro engano e fingimento. Por isso admoesta o Concílio: “Saibam os bispos que ninguém deve ser promovido às ordens sacras sem ser digno, e sem que seu procedimento esteja de acordo com a probidade de vida.” Com a mesma intenção de ter provas completas sobre aquele que vai ser ordenado, o Concílio estabeleceu ainda intervalos entre os diversos graus das ordens “para que aumente neles, juntamente com a idade, a maturidade da vida e a abundância do saber.”

Santidade da vida

Quem é ordenado, é destinado ao ministério de servir a Jesus Cristo na Eucaristia: por isso – diz Santo Tomás – a santidade do sacerdote deve ser maior do que a do religioso. Acrescenta ainda que as “ordens sacras” preexigem santidade. A palavra “preexigem” supõe que o jovem deve ser santo já antes de ser ordenado. Indica, então, o santo a diferença entre a vocação religiosa e a vocação de quem recebe as ordens sacras. Na vida religiosa se purificam os vícios, mas querendo alguém receber as ordens sacras, é preciso que se encontre já purificado por meio de uma vida santa. Explicando esse mesmo pensamento, diz ainda Santo Tomás: “Como os que recebem as ordens sacras são colocados acima do povo, assim devem eles estar acima pelo mérito da santidade.” O santo exige essa santidade de vida antes da ordenação, porque a julga necessária não só para que se possa exercer dignamente as ordens sacras, mas também para que se possa contar dignamente entre os ministros de Cristo. Finalmente conclui: “Na ordenação lhes é concedida maior abundância de graça para que, por meio dela, possam tornar-se idôneos para as coisas maiores.”

Notemos a expressão “para coisas maiores”. Santo Tomás declara que a graça do sacramento, que depois se confere, não será inútil, mas dará ao ordenado maiores auxílios para que se torne capaz de conquistar maiores méritos. Mas exprime que no ordenando se requer a graça precedente, suficiente para torná-lo digno de ser contado entre os membros do povo de Cristo.

Boa conduta

Sobre esse assunto, escrevi [Sto. Afonso, Teologia Morale, I. 6, c. 2, ex num. 63] uma longa exposição provando que se alguém recebe uma ordem sacra sem a experiência de uma vida exemplar, não pode se isentar de uma grave culpa. Isso porque abraça um estado de vida sem a vocação de Deus. Não se pode dizer chamado por Deus quem se ordena sem estar livre de todo o vício habitual, especialmente contra a castidade. Embora possa receber o sacramento da Penitência, por estar preparado através do arrependimento, em tal estado ainda não está capacitado para receber as ordens sacras. Além disso, é necessária já antes a boa conduta, comprovada com a experiência há mais tempo.

Não pode, igualmente, se isentar de pecado mortal quem, por grande presunção, assume os sagrados ministérios sem a devida vocação. Grande perigo de condenação corre em semelhante caso, ao se expor assim. “Quem conscientemente, sem ter em conta a vocação de Deus” – como o faz um habituando a qualquer vício – “entra como intruso no sacerdócio, coloca-se em evidente perigo de condenação.”

Falando sobre o sacramento da ordem, Soto afirma: “Embora a boa conduta não seja da essência do sacramento, ela é absolutamente necessária por preceito divino ... Tal idoneidade de costumes não se identifica com a disposição geral exigida na recepção de qualquer sacramento para que a graça não encontre obstáculo. O homem que abraça o sacerdócio não só recebe a graça, mas abraça um estado de vida mais sublime. Exige-se, pois, dele a honestidade de vida e o brilho das virtudes.” O mesmo afirmaram Tomás Sanchez, P. Holsman, e os Salmanticenses.

O que acabo de escrever não é opinião de algum doutor particular, mas opinião comum: todos se fundamentam na doutrina exposta por Santo Tomás.


Fonte: Blog do Angueth

quinta-feira, 10 de abril de 2014

O santo e o impostor



Havendo um impostor querido fazer-se passar por São Francisco Borja, foi condenado às galés.

Ao ouvir relatar o caso quedou-se muito admirado o grande santo e observou:

- Parece insensato esse homem que julga honra vestir a figura e fazer o maior papel do maior dos pecadores.

E acrescentou:

- Se ele mereceu galés só por usurpar o nome de um pecador, que mereço eu que o tenho na realidade?

Tais palavras revelam grande humildade de espírito.

A humildade é a base de toda a vida espiritual e constitui, com a mortificação, as duas colunas do templo interior. Ninguém está dispensado de a praticar, senão que é dever ainda mais imperioso para a alma que Deus cumulou de graças de escol. Para essa, a humildade devia ascender ao grau do heroísmo, pois que o abismo é enorme entre sua própria imperfeição e os benefícios recebidos.

Nosso Senhor praticou a humildade. Foi humilde de coração, humilde em toda a sua vida. Os homens infligiram-lhe humilhações sem número suportadas com inefável doçura, sofridas com admirável nobreza. Abriu-nos o caminho para o verdadeiro desprendimento, e aí, como em tudo, Ele é nosso modelo, o exemplo perfeito que devemos seguir, mesmo de longe.


Fonte: Lendas do Céu e da Terra
Créditos: Almas Castelo

terça-feira, 8 de abril de 2014

78% de “transgêneros” pensaram em se suicidar



A informação foi difundida por "The Irish Times"
78% de “transgêneros” pensaram em se suicidar e 44% tentaram-no pelo menos uma vez, revelou um estudo sobre saúde mental encomendado à “Transgender Equality Network” pela comunidade “trans” da Irlanda.

A pesquisa analisou o caso de 164 participantes com o apoio da Iris O’Brien Foundation.

Segundo o diário irlandês “Irish Times”, o estudo confirmou os resultados já obtidos em trabalhos análogos em nível internacional e com uma base de análise muito mais larga.

Entre as causas das tendências suicidas apontadas pelo trabalho irlandês figura o “estresse extremo” ligado ao fato de o indivíduo ostentar um sexo que não é o natural.

A isso se acresce o horror que sentem seus familiares, o estigma que acompanha essa torção violenta da ordem natural, e as incertezas psicológicas que perseguem o indivíduo que banca um sexo que não é o seu, observou o jornal.


Fonte: Luz de Cristo X trevas da irracionalidade

Cristianismo cresce no Irã, apesar a perseguição fundamentalista


Missa de Natal no Irã

É moeda corrente que desde a ascensão do aiatolá Khomeini no Irã em 1979 e a imposição da Sharia (lei islâmica que pune com a morte os que fogem do Islã), o catolicismo entrou em vias de extinção.

Porém, essa moeda é falsa, e o fato é que nesse país as conversões ao cristianismo vêm crescendo vertiginosamente, informou o site “Religión en Libertad”.

Isto acontece num regime de perseguição sob o qual líderes e fiéis cristãos são encarcerados em prisões de segurança máxima e torturados pelo mero fato de se tornarem seguidores de Jesus Cristo.

Recente relatório da ONU concluiu que a perseguição aos cristãos no Irã atingiu níveis em precedentes.





Aiatolás líderes do Conselho Supremo da Revolução Cultural Islâmica declararam


que os ocidentais (leia-se cristãos ) são uma tropa de animais, em concordância com o Corão (5:59-60), que qualifica judeus e cristãos de descendentes de macacos e de porcos, respectivamente.

Aiatolás pregam que o cristianismo é uma religião de doentes mentais, e o tratamento da República islâmica para essa doença é, segundo os doutores corânicos, a execução.

Antes da Revolução Islâmica de 1979, o número dos cristãos no Irã era minúsculo.

Mas hoje o cristianismo está crescendo mais rápido do que em qualquer outra parte do mundo: 19,6% por ano.

Todd Nettleton, diretor da associação ‘Voz dos Mártires’, diz que está “crescendo num ritmo absolutamente fenomenal”.

  O reverso da medalha é que está havendo um colapso no número de iranianos que frequentam as mesquitas.

Em 2010, Mohammad Ali Ramin, vice-ministro de Orientação Islâmica e Cultura, reconheceu:

“Fazemos um apelo a todos os clérigos islâmicos para que abandonem questões civis e políticas e voltem às mesquitas. Temos que repor nosso clero em suas funções porque a assistência às mesquitas vem diminuindo”.
Pela sharia ou lei islâmica válida para sunitas e chitas, judeus e cristãos são cidadãos de segunda classe, que devem pagar um imposto punitivo; as igrejas têm que ser menos altas que as mesquitas, não podem tocar sinos ou exibir cruzes, nem realizar funerais ou cerimônias públicas.

Está proibido construir novas igrejas e os conversos ao cristianismo são considerados traidores do país e do Islã, crime que acarreta execução.

Porém, o doce atrativo da graça de Jesus Cristo está vencendo todos esses obstáculos que parecem concebidos no inferno.


Fonte: Luz de Cristo X trevas da irracionalidade

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Caindo no conto do gênero...


​ O Brasil tem protagonizado nas últimas semanas a tentativa de implantação da ideologia do gênero por meio da Votação do Plano Nacional de Educação.

Nessa última quarta-feira houve a terceira tentativa de votação na câmara dos deputados, embora mais uma vez adiada, à causa, dessa vez, de bate-boca e provocação de deputados contra os manifestantes pró-vida e pró-família presentes na sala.

"Muitos têm desviado o foco do debate para temas que não pertencem ao âmbito da ideologia de gênero", disse à ZENIT o Pe. José Eduardo de Oliveira e Silva, sacerdote da Diocese de Osasco - SP, pároco da Igreja São Domingos (Osasco), doutor em teologia pela Pontifícia Universidade Romana da Santa Cruz e professor de Teologia Moral.

Acompanhe a entrevista abaixo:

ZENIT: Temos visto nas últimas semanas um crescente debate sobre a questão de "gênero" no contexto do Plano Nacional de Educação. Como o sr. avalia estas discussões?

Pe. José Eduardo: Tenho acompanhado de perto os diferentes discursos e percebo que, embora a questão esteja cada dia mais clara, muitos têm desviado o foco do debate para temas que não pertencem ao âmbito da ideologia de gênero, talvez até como um recurso para não enfrentarem um tema tão absurdo. Trata-se de um deslocamento para sabotar o discurso.

ZENIT: Em que consiste, então, a "ideologia de gênero"?

Pe. José Eduardo: Sintetizando em poucas palavras, a ideologia de gênero consiste no esvaziamento jurídico do conceito de homem e de mulher. A teoria é bastante complicada, e uma excelente explicação desta se encontra no documento "Agenda de gênero". Contudo, a ideia é clara: eles afirmam que o sexo biológico é apenas um dado corporal de cuja ditadura nos devemos libertar pela composição arbitrária de um gênero.

ZENIT: Quais as consequências disso?

Pe. José Eduardo: As consequências são as piores possíveis! Conferindo status jurídico à chamada "identidade de gênero" não há mais sentido falar em "homem" e "mulher"; falar-se-ia apenas de "gênero", ou seja, a identidade que cada um criaria para si.

Portanto, não haveria sentido em falar de casamento entre um "homem" e uma "mulher", já que são variáveis totalmente indefinidas.

Mas, do mesmo modo, não haveria mais sentido falar em "homossexual", pois a homossexualidade consiste, por exemplo, num "homem" relacionar-se sexualmente com outro "homem". Todavia, para a ideologia de gênero o "homem 1" não é "homem", nem tampouco o "homem 2" o seria.

ZENIT: Então aqueles que defendem a "ideologia de gênero" em nome dos direitos homossexuais estão equivocados?

Pe. José Eduardo: Exatamente! Eles não percebem que, uma vez aderindo à ideologia de gênero, não haverá sequer motivo em combater à discriminação. Nas leis contra a discriminação, eles querem discriminar alguns que consideram mais discriminados. Contudo, pela ideologia de gênero, não há mais sentido em diferenciar condições e papeis, tudo se vulnerabiliza! Literalmente, eles caíram no conto do gênero.

Para defender a identidade homossexual, estão usando uma ideologia que destrói qualquer identidade sexual e, por isso, também a família, ou qualquer tipo de família, como eles mesmos gostam de dizer.

Em poucas palavras, a ideologia de gênero está para além da heterossexualidade, da homossexualidade, da bissexualidade, da transexualidade, da intersexualidade, da pansexualidade ou de qualquer outra forma de sexualidade que existir. É a pura afirmação de que a pessoa humana é sexualmente indefinida e indefinível.

ZENIT: Então a situação é muito pior do que imaginamos...

Pe. José Eduardo: Sim. As pessoas estão pensando em "gênero" ainda nos termos de uma "identidade sexual". Há outra lógica em jogo, e é por isso que ninguém se entende.

Para eles, a ideia de "identidade sexual" é apenas um dado físico, corporal. Não implica em nenhuma identidade. Conformar-se com ela seria "sexismo", segundo a própria nomenclatura deles. A verdadeira identidade é o "gênero", construído arbitrariamente.

Todavia, este "gênero" não se torna uma categoria coletiva. É totalmente individual e, portanto, indefinível em termos coletivos. Por exemplo, alguém poderia se declarar gay. Para os ideólogos de gênero isso já é uma imposição social, pois a definição de gay seria sempre relativa a uma condição masculina ou feminina mormente estabelecida. Portanto, uma definição relativa a outra, para eles, ditatorial.

Não existiria, tampouco, a transexualidade. Esta se define como a migração de um sexo para outro. Mas, dirão os ideólogos de gênero, quem disse que a pessoa saiu de um sexo, se aquela expressão corporal não exprime a sua identidade construída? Portanto, para eles, não há sequer transexualidade.

Gênero, ao contrário, é autorreferencial, totalmente arbitrário.

Alguém dirá que não há lógica isso. Realmente, a lógica aqui é "ser ilógico". É o absurdo que ofusca nossa capacidade de entender.

ZENIT: O que dizer, então, de quem defende a ideologia de gênero no âmbito dos direitos feministas?

Pe. José Eduardo: Os ideólogos de gênero, às escondidas, devem rir às pencas das feministas. Como defender as mulheres, se elas não são mulheres?...

ZENIT: Qual seria o objetivo, portanto, da "agenda de gênero"?

Pe. José Eduardo: Como se demonstra no estudo que mencionei, o grande objetivo por trás de todo este absurdo – que, de tão absurdo, é absurdamente difícil de ser explicado – é a pulverização da família com a finalidade do estabelecimento de um caos no qual a pessoa se torne um indivíduo solto, facilmente manipulável. A ideologia de gênero é uma teoria que supõe uma visão totalitarista do mundo.

ZENIT: Como a população está reagindo diante disso?

Pe. José Eduardo: Graças a Deus, milhares de pessoas têm se manifestado, requerendo dos legisladores a extinção completa desta terminologia no Plano Nacional de Educação. Pessoalmente, tenho explicado a muitas pessoas a gravidade da situação nestes termos: 1) querem nos impor uma ideologia absurda pela via legislativa; 2) querem fazê-lo às custas do desconhecimento da população, o que é inadmissível num Estado democrático de direito; 3) e querem utilizar a escola como um laboratório, expondo nossas crianças à desconstrução de sua própria personalidade. E ainda querem que fiquemos calados com isso! Não!, o povo não se calará!

ZENIT: Falando em "Estado democrático de direito" e vendo a manifestação de tantos cristãos, evangélicos e católicos, inclusive de bispos, alguns alegam a laicidade do Estado como desculpa para desprezar os seus argumentos. O que dizer sobre isso?

Pe. José Eduardo: Esta objeção é tão repetitiva que se torna cansativo respondê-la. Numa discussão democrática, não importa se o interlocutor é religioso ou não. O Estado é laico, não laicista, anti-religioso. Seria muito divertido, se não fosse puro preconceito – e às vezes, verdadeiro discurso de ódio anti-religioso –, a insistência com a qual alguns mencionam a Bíblia, os dogmas, os preceitos... como se nós estivéssemos o tempo todo alegando argumentos teológicos. Como se pode ver acima, nossos argumentos aqui são simplesmente filosóficos, racionais. Aliás, são tão racionais a ponto de mostrar o quanto a proposta deles é totalmente irracional, posto que contradizem as sua próprias bandeiras ideológicas.

No final das contas, a única coisa que lhes resta é a rotulação – na audiência de ontem, chamaram aos gritos um deputado de "machista", em outra ocasião de "patricarcalista" –, mas a rotulação é a arma dos covardes, daqueles que não têm honestidade e liberdade intelectuais. Como digo sempre, nestas discussões, precisamos nos comportar como filósofos, e não como maus advogados, que estão dispostos a negar até as evidências.

Fonte: Zenit

Site Padre Paulo Ricardo

sábado, 5 de abril de 2014

Oração para a Quaresma - Beato Francisco Palau

 
Senhor,
nesta Quaresma,
tempo de mergulhar no meu interior,
de revisão e de conversão,
ensina-me a descer sempre 
mais 
até onde Tu te encontras: o meu coração.

Como “descer” até aí?
Pelo silêncio, encontrando tempo para rezar,
pela leitura da Tua Palavra que tanto me quer dizer,
pelos Sacramentos,
especialmente a Confiss
ão e a Santa Missa.

Também pela aceitação das contrariedades,
o peso das circunstâncias e da monotonia da vida…
com os olhos postos em Ti.


Senhor, Tu que estás no meu íntimo,
ajuda-me nesta Quaresma,
a fazer uma viagem ao meu interior,
para aí me encontrar conTigo!
 
 
Fonte: Senza Pagare

Normas para os professores católicos - Pio XII



[18 de julho de 1957]

Pio XII

1. Antes de tudo, numa sociedade em plena evolução, como a presente, conservai a mais alta ideia da vossa missão providencial;
a) porque ela é e será sempre de necessidade imprescindível, (já que a formação e a educação primária das crianças é algo anterior a todas as demais futuras diversificações sociais;
b) porque ela constitui a base natural de tudo o que se deva elaborar depois, proporcionando-lhe, inclusive, um tom e um sentido cuja influência nunca se poderá desconhecer, antes dever-se-á levar em conta como algo definitivo;
c) porque, embora o campo da cultura se vá sempre ampliando coisa certa é que, em determinadas formas e em determinados graus, nunca estará ela ao alcance de todos absolutamente, enquanto que os primeiros passos do ensino abrangem, por necessidade, a sociedade inteira, podendo imprimir-lhe cunho cada vez mais definido.
2. Mas, para que a vossa missão alcance a sua plena eficácia, indispensável é que tenhais dela uma ideia clara, recordando sempre:
a) que a vossa missão como mestres não pode reduzir-se exclusivamente a serdes veículos para a aquisição de uma ciência, mais ou menos profunda, mais ou menos vasta, senão que deveis ser, antes de mais nada, educadores dos espíritos, e, na sua devida proporção, forjadores das almas dos vossos escolares;
b) que o vosso labor não pode conceber-se como um empenho meramente individual, e sim como uma função social, em plena coordenação, sobretudo, com as famílias e com as legítimas autoridades, permutando todos entre si elementos de juízo, meios educativos e o necessário prestígio, com um escopo comum, que é o bem social;

c) que a vossa vocação, pode-se dizer, vai além do puramente humano e terreno, fazendo-vos colaboradores do sacerdote e da própria Igreja de Cristo, nessa edificação das almas que tão singularmente podeis promover, da mesma forma que tão dolorosamente poderíeis impedir.
3. Finalmente, para poderdes levar a termo com satisfação tão altos deveres, será necessário de vossa parte:
a) uma assídua consagração ao vosso trabalho, sem fugirdes ao sacrifício, inclusive deixando de lado os proveitos e os progressos pessoais;
b) uma conduta exemplar, porque os vossos pequenos, que não tiram os olhos de cima de vós, aprenderão mais das vossas obras do que das vossas belas palavras; sobretudo da vossa limpeza de vida, do vosso desinteresse, da vossa paciência e da vossa sincera piedade;
c) um contínuo contato com o Senhor, especialmente por meio da oração e da frequência dos Sacramentos, porque, em coisa tão sublime e tão delicada como é a educação primária das crianças, a parte principal fica reservada à graça do alto.


[Fonte: Livro Pio XII e os problemas do mundo moderno, tradução e adaptação do Padre José Martins, 1959.] 


Créditos: Círculo Católico Acadêmico

terça-feira, 1 de abril de 2014

Como a ideologia de gênero destruiu a família Reimer



Conheça a história de David Reimer, a primeira cobaia dos ideólogos de gênero e a prova suficiente de que essa teoria é uma farsa

Está às portas de ser votado o Plano Nacional de Educação. O projeto de lei lança as diretrizes e metas da educação pública para os próximos 10 anos e, não obstante a clara oposição do povo brasileiro a um sistema educacional permissivo e imoral, permanece firme o desejo de alguns grupos políticos em firmar compromisso com a "agenda de gênero", tão querida pelas organizações internacionais e por "intelectuais" engajados em causas revolucionárias. 


Só que a tão falada "identidade de gênero", embora receba financiamento pesado de fora, não consegue sustentar-se cientificamente. Às vésperas de um evento tão importante para o futuro das crianças e adolescentes do Brasil, é oportuno recordar uma história recente que põe em xeque não só a autenticidade da "agenda de gênero" como a própria honestidade de seus propagadores. 


Esta história começa na famosa universidade Johns Hopkins, na cidade de Baltimore, Estados Unidos. É aí que o médico neozelandês John Money e sua equipe se destacam por sua pesquisa nas áreas de sexologia e por cunhar, em seus trabalhos, termos como "papel de gênero" e "identidade de gênero". A sua teoria é a de que o sexo das pessoas, ao invés de ser dado pela nature ["natureza"], é uma questão de nurture ["educação"]. Assim, uma criança em tenra idade, mesmo com o aparelho genital de um sexo, poderia ser criada e educada como sendo de outro sexo. A biologia seria subvertida pela psicologia, ou, dito em outros termos, o projeto do Criador poderia ser arbitrariamente transformado pelo homem. 


Até 1967, as ideias de John Money já eram mundialmente famosas, mas permaneciam no papel. É quando a família Reimer decide recorrer ao renomado médico: um de seus filhos gêmeos, Bruce, teve seu órgão genital cauterizado durante uma circuncisão, e a sua mãe, Janet Reimer – interessada após assistir a um programa de televisão sobre a teoria do dr. Money – decide confiar ao médico o problema de seu filho. 


Nas mãos de Money, Bruce, com apenas 22 meses de vida, sofre uma intervenção cirúrgica e passa a chamar-se Brenda. Recebendo acompanhamento constante do doutor, a família Reimer era a cobaia de que Money precisava para provar de vez sua teoria. De fato, o médico neozelandês escreve vários estudos usando o caso Brenda como "prova dramática" de que sua "teoria da neutralidade" estava correta: se era possível educar um menino como menina, homens e mulheres não eram mais dados biológicos, mas meras "aprendizagens sociais". 


No entanto, à medida que Brenda cresce, sua mãe nota algo de muito errado. "Eu via que Brenda não era feliz como garota, não obstante o que eu tentasse fazer por ela ou como eu tentasse educá-la, ela era muito rebelde, era muito masculina e eu não conseguia convencê-la a fazer nada que fosse feminino", conta Janet Reimer, em um documentário produzido pela BBC. "Brenda não tinha quase nenhum, nenhum amigo enquanto crescia. Todo mundo realmente a matava, chamavam-na de ‘mulher da caverna’. Ela era uma garota muito só" [1]. 


Aos catorze anos, já longe dos olhos de Money e cada vez mais isolada socialmente, Brenda descobre, de sua mãe, que nascera como homem e tinha sido criada como mulher à força. A partir de então, ela muda seu nome para David e tenta, apesar de tantos percalços, levar uma vida comum, como homem. No entanto, a morte de seu irmão por uma overdose de antidepressivos, em 2002, aliada a um casamento conturbado, culmina em uma tragédia: no dia 4 de maio de 2004, David deixa a casa de seus pais pela última vez, vai a uma mercearia e comete suicídio. 


Antes desse fim dramático, David Reimer expôs o seu caso à mídia, a fim de tornar públicas a perversidade das ideias de Money e a farsa de sua "teoria de gênero". "Era-me dito que eu era uma garota, mas eu não gostava de me vestir como uma garota, eu não gostava de me comportar como uma garota, eu não gostava de agir como uma garota", confessa David[2]. "Eu não sou um professor de nada, mas você não acorda uma manhã decidindo se é menino ou menina, você apenas sabe". 


"Não se acorda de manhã decidindo se se é menino ou menina": essa lição foi aprendida a um alto custo pela família Reimer. É esse o mesmo custo que as famílias brasileiras querem pagar, aceitando que a ideologia de gênero seja implantada em nossas escolas? 


Quando se combate a inserção do termo "gênero" no ordenamento jurídico brasileiro, não se está a afirmar uma posição "discriminatória" ou "preconceituosa", como insinuam alguns grupos. Ao contrário, o que se pretende é que o Brasil seja livre de uma teoria comprovadamente mentirosa e ideológica. Ou queremos, por acaso, copiar os experimentos ridículos de Money e repetir o drama da família Reimer no seio de nossas famílias? 


"Você vai sempre encontrar pessoas que vão dizer: bem, o caso do Dave Reimer podia ter tido sucesso. Eu sou a prova viva, e se você não vai tomar minha palavra como testemunho, por eu ter passado por isso, quem mais você vai ouvir?" [3]. Que a alma de David Reimer descanse em paz. E que a sua conturbada vida lembre às pessoas o quanto é terrível subverter o plano do próprio Criador inscrito na natureza humana. 


Por Equipe Christo Nihil Praeponere 


Referências bibliográficas


The Boy who was Turned into a Girl. BBC: London, 2000. Texto disponível em: http://www.bbc.co.uk/science/horizon/2000/boyturnedgirl.shtml. Acesso em: 25 mar. 2014. 
Dr Money and the Boy with No Penis. BBC: London, 2010. Texto disponível em: http://www.bbc.co.uk/sn/tvradio/programmes/horizon/dr_money_qa.shtml. Acesso em: 25 mar. 2014. 
Ibidem

Fonte: Padre Paulo Ricardo


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