sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Remédios para curar a impureza - Santo Antônio Maria Claret




REMÉDIOS PARA CURAR A IMPUREZA:


1- De manhã e a noite pede a Mãe da Pureza , a santíssima Virgem, esta preciosa jóia , saudando-a para esse fim com 3 Ave Marias.

2- Logo que tiveres algum pensamento impuro, despreza-o imediatamente e dize a Maria: Virgem Santíssima , valei-me, assisti-me.

3- Aparta-te das más companhias, de bailes e galanteios; nem pelas capas hás de tocar em livros ou papéis desonestos, não olhes para pinturas , estampas ou outros objetos provocativos, e , sobre tudo ,guarda-te de fazer acenos ou ações escandalosas .

4- Veste com modéstia, come e bebe com temperança, não profiras palavras indecentes, não escutes nem acompanhes más conversas, e não dês liberdade a teus olhos.

5- Lembra-te que DEUS te vê,e que tem poder para tirar-te a vida aqui mesmo e lançar-te aos infernos, como aconteceu, entre outros a Onão, que morreu no ATO de cometer um pecado desonesto e SE CONDENOU.

6- Frequenta os Santos Sacramentos

Livro: O CAMINHO RETO
(St Antônio M. Claret)


Nossa Senhora tão Santa e tão Pura, ora pro nobis!

Fonte: O Caminho Reto

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Converter o trabalho em oração e apostolado - São Josemaría Escrivá

Convencei-vos de que não se torna difícil converter o trabalho num diálogo de oração.
Basta oferecê-lo a Deus e meter mãos à obra, pois Ele já nos está a ouvir e a alentar.
Assim, nós, no meio do trabalho quotidiano, conquistamos o modo de ser das almas contemplativas, porque nos invade a certeza de que Deus nos olha, sempre que nos pede uma nova e pequena vitória: um pequeno sacrifício, um sorriso à pessoa importuna, começar pela tarefa menos agradável e mais urgente, ter cuidado com os pormenores de ordem, ser perseverante no dever quando era tão fácil abandoná-lo, não deixar para amanhã o que temos de terminar hoje...
E tudo isto para dar gosto ao Nosso Pai Deus!
Entretanto, talvez sobre a tua mesa ou num lugar discreto que não chame a atenção, para te servir de despertador do espírito contemplativo, pões o crucifixo, que já se tornou para a tua alma e para a tua mente o manual onde aprendes as lições de serviço.

Se te decidires – sem fazer coisas esquisitas, sem abandonar o mundo, no meio das tuas ocupações habituais – a entrar por estes caminhos de contemplação, sentir-te-ás imediatamente amigo do Mestre e com o encargo divino de abrir os caminhos divinos da terra a toda a humanidade.
Sim, com esse teu trabalho contribuirás para que se estenda o reinado de Cristo em todos os continentes e seguir-se-ão, uma atrás da outra, as horas de trabalho oferecidas pelas longínquas nações que nascem para a fé, pelos povos do leste barbaramente impedidos de professar com liberdade as suas crenças, pelos países de antiga tradição cristã onde parece que se obscureceu a luz do Evangelho e as almas se debatem nas sombras da ignorância...


Que valor adquire então essa hora de trabalho, esse continuar com o mesmo empenho durante um pouco mais de tempo, alguns minutos mais, até rematar a tarefa.
Convertes assim, de um modo prático e simples, a contemplação em apostolado, como necessidade imperiosa do coração, que pulsa em uníssono com o dulcíssimo e misericordioso Coração de Jesus, Nosso Senhor.

S.José Maria Escrivá de Balaguer
in "Amigos de Deus", ponto 67

 Fonte: Modéstia São José

A guerra dos Papas contra o diabo

Por: Equipe Christo Nihil Praeponere


O suposto exorcismo feito pelo Papa Francisco serviu para reacender na memória das pessoas a existência do diabo.

Papa Leão XIII

A expressão de Leão XIII era incomum. Os que o conheciam sabiam que algo acontecera. O olhar de perplexidade e de espanto do Santo Padre, fixado acima da cabeça do celebrante da Missa a qual assistia, denunciava a visão. Tratava-se do Maligno. O episódio ocorreu numa manhã comum, quando o pontífice participava de uma Celebração Eucarística em ação de graças à celebrada por ele anteriormente, como fazia de costume.
Imediatamente após o susto, o Papa se levantou e se dirigiu com pressa ao seu escritório particular. Meia hora depois, pediu para que chamassem o Secretário da Congregação de Ritos. O que pretendia Leão XIII? Ordenar que se rezasse todos os dias ao término da Missa a popular oração de invocação a São Miguel Arcanjo e súplica à Virgem Maria para que Deus precipite Satanás ao inferno. Segundo testemunho do Cardeal Natalli Rocca, em 1946, foi o próprio Leão XIII quem a redigiu.


Padre José Antonio Fortea

A batalha dos Papas contra o inimigo de Deus não é de agora. O assunto voltou à baila nas últimas semanas devido a uma oração feita pelo Papa Francisco a um homem na praça de São Pedro, alegadamente possesso. Para o renomado exorcista Padre Gabriele Amorth, não há dúvida de que fora um "exorcismo". Porém, para a Sala de Imprensa do Vaticano, tudo não passou de uma "oração". A declaração da Santa Sé é corroborada por outro exorcista, padre José Antonio Fortea, e também pelo mesmo sacerdote que acompanhava o senhor no dia da prece do Pontífice, padre Ruan Jivas, LC.


O homem, de 49 anos, que aparece nas imagens que correram o mundo chama-se Angelo V. Casado e pai de dois filhos, há 14 anos ele é vítima de possessões demoníacas. Conforme relato prestado ao jornal espanhol El Mundo, a experiência demoníaca começou em 1999, durante uma viagem de ônibus para casa, no estado mexicano de Michoacán. "Senti que uma energia estranha entrava no ônibus... tive a sensação de que estava abrindo minhas costelas. Pensei que fosse um ataque do coração", explicou. Possuído por quatro demônios, Angelo resolveu romper o silêncio devido ao ceticismo com que as pessoas reagem a esses casos: "há sacerdotes que não creem na possessão diabólica, que consideram um problema psiquiátrico. Há muitos possuídos que terminam em manicômios e morrem sem saber o que se passava".


Padre Gabriel Amorth



Para o padre Gabriele Amorth, exorcista da Diocese de Roma, a possessão de Angelo V. não é comum, mas uma possessão mensagem. Ele teria a obrigação de pedir aos bispos mexicanos que condenem a aprovação do aborto no México, em reparação às mortes e à ofensa à Virgem grávida de Guadalupe. Segundo o padre Juan Rivas, LC, que acompanha Angelo há algum tempo, 30 exorcismos já foram feitos, mas nenhum obteve sucesso. "Os demônios dizem que "a Senhora" não os deixará sair enquanto os bispos não cumprirem a condição, que é o ato de reparação e expiação e a consagração à Maria Imaculada", disse o sacerdote em entrevista ao portal Zenit. Angelo V. explicou que decidiu se encontrar com o Papa Francisco após um sonho com o Pontífice, no qual ele aparecia com uma casula vermelha, segurando um turíbulo e rodeado por cardeais. A princípio não deu muita atenção ao sonho, até que assistiu a uma Missa do Santo Padre em que ele aparecia exatamente como na visão. "Passou-me pela cabeça: tenho que ir a Roma. Ademais, naquela época estava lendo um livro do Padre Gabriele Amorth no qual ele dizia que Bento XVI e João Paulo II haviam feito exorcismos em possuídos".


Os exorcismos feitos por Bento XVI e João Paulo II também repercutirem na mídia. No caso do Papa polonês, teriam sido três, sendo um deles poucos anos antes de sua morte, em 2005. Apesar do peso dos 80 anos e da doença de Mal de Parkinson, o embate entre o Santo Padre e o demônio teria ocorrido na tarde de 6 de setembro de 2002. A vítima seria uma italiana de 19 anos. Já Bento XVI teria confrontado o ódio do diabo numa das tradicionais Assembleias gerais de quarta-feira. Segundo o relato do Padre Gabriele Amorth, ao perceber a agitação dos endemoniados, o Papa alemão fitou-os e os abençoou. "Para os possessos isso funcionou como um soco em seus corpos por inteiro", conta o exorcista em seu livro "O último exorcista". O flagelo do diabo imposto a Angelo já lhe causou grandes dramas. "Por sorte, meus filhos nunca me viram em transe, mas sabem que estou doente", lamentou ao El Mundo. Ele confessou que "há momentos em que os demônios parecem que vão sair, mas nunca se vão". Em um mundo cada vez mais dilacerado pelo materialismo, a história de Angelo é uma pedra de tropeço, que revela a existência do Mal e sua antiga batalha contra o Vigário de Cristo. E como ficou claro desde a sua primeira homilia, no que depender de Francisco, essa luta ainda perdurará por muitos anos.

Fonte: Padre Paulo Ricardo

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

5 coisas que um filho precisa ouvir do pai - Daniel Darling



Por graça de Deus, eu sou o pai de quatro filhos fantásticos: três meninas e um menino. Assim como é maravilhoso ser o pai de filhas, é maravilhoso ser pai de um filho.

Em minha casa, Daniel Jr (4 anos de idade) e eu estamos a perder 4-1 com as raparigas, e por isso fizemos uma espécie de aliança para garantir que nem tudo fica pintado de cor-de- rosa, que vemos futebol com alguma regularidade, e que se vêem tantos filmes de super-heróis como filmes da Barbie.

Falando a sério, o trabalho de criar um filho é uma tarefa nobre e importante. Infelizmente, é um trabalho que muitos homens desleixam, abrindo caminho ao que agora se vê como uma crise de grandes proporções no nosso país: a crise da paternidade.

Quando tiver vagar veja as estatísticas e ficar a saber que uma percentagem muito elevada dos jovens que estão na prisão tiveram pouca ou nenhuma experiência de envolvimento com o pai. Na minha função pastoral, eu vi os efeitos devastadores da ausência do pai ou da sua falta de liderança na vida do filho.

Homens, ser pai para os filhos é um trabalho sério. Por isso, gostaria de apontar 5 coisas que todo filho precisa ouvir do pai:

1. Gosto de ti

Qualquer rapaz precisa de ouvir e saber que o pai o ama. Sem essa afirmação, um homem carrega feridas profundas que afetam os seus relacionamentos mais importantes.

Encontrei homens de todas idades que sonham ouvir essas palavras mágicas que significam bem mais quando vêm do pai: gosto de ti.

Nesta altura o meu filho tem só 4 anos, por isso é mais fácil dizer essas coisas. Suspeito que, à medida que crescer, vai ser um pouco mais complicado. Mas continuo a pensar dizer.

Porque por detrás de uma aparência às vezes áspera de um rapaz jovem há um coração que deseja sentir o amor do pai. O que você pode não perceber é que a primeira imagem que o miúdo vai ter do seu Pai celestial é a imagem do pai terreno quando olha para ele.

Ou seja, toca a dizer ao seu rapaz que gosta dele.

2. Estou orgulhoso de ti

Nem sei dizer quantos homens conheço que ainda hoje vivem à espera de ter a aprovação do pai.

No fundo do coração perguntam, porto-me minimamente bem? Estou a fazer o que é certo? O meu pai estará contente comigo?

Ando a aprender que é importante para nós, pais, sermos firmes com os filhos de muitas maneiras (ver abaixo), mas nunca devemos negar a nossa aprovação. Eles precisam de saber, nos momentos certos das suas vidas, que não é preciso que façam mais para conquistar o nosso favor.

Claro, às vezes eles vão decepcionar e temos de lho fazer saber e sentir. E, no entanto, é importante não sermos como senhores que, ao tentar motivar os nossos filhos para a grandeza, omitimos o maior condimento que pode facilitar o êxito: a confiança.

Lembro-me da aprovação que Deus faz ao seu Filho quando estava a ser baptizado por João Baptista. "Este é o meu Filho amado, em ponho a minha complacência" (Mateus 3,17 e Marcos 19,35). Sim, há implicações teológicas importantes nesta frase para além da aprovação, mas não posso deixar de ver a aprovação de Deus a Jesus como um modelo para a relação que temos com os nossos filhos.

Se o seu filho não subir à 1ª divisão, se ele entrar numa universidade que não é Harvard, se ele se tornar camionista e não um gestor de empresas, nunca lhe dê a impressão de que gosta menos dele. Não magoe a sua alma dessa maneira.

3. Tu não és um choninhas, és um soldado

Hoje a cultura apresenta uma imagem confusa da masculinidade.

O que é um homem? A cultura dominante diz que ele é uma espécie de inútil e que o melhor que ele consegue é desperdiçar a adolescência satisfazendo os impulsos sexuais, brincando às guerras na playstation, e sem qualquer tipo de ambição nobre.

Mas Deus não fez o seu filho, ou o meu filho, para ser um indolente, mas para ser um soldado.

Por favor, não se ponham nervosos com a palavra "soldado". É bom para encorajar os filhos a serem masculinos. Isto não tem a ver com ser caçador de leões, condutor de camiões TIR. Muitos homens verdadeiros bebem leite, conduzem utilitários pequenos, e detestam camuflados (como eu).

Há uma visão de masculinidade na Bíblia, de nobreza e força, de coragem e sacrifício. Um homem de verdade luta por aquilo que ama. Um homem de verdade valoriza a mulher que Deus lhe dá. Não se serve dela.

Um verdadeiro homem procura seguir o chamamento que Deus estampou na sua alma, e que é descoberto através da intimidade com Deus, da identificação com os dons e talentos recebidos, e da satisfação das necessidades profundas do mundo (para parafrasear Buechner).

Ninguém consegue ajudar melhor os nossos filhos a orientar-se para a sua missão que nós, os pais. Não deixemos o futuro dos nossos filhos ao acaso. Vamos estar ao lado deles, modelando para eles um modo de viver que tenha sentido.

4. O trabalho duro é um dom, não uma maldição

Ócio, preguiça e indecisão são as melhores ferramentas do diabo para arruinar as vidas dos homens jovens. Pessoal, os nossos filhos precisam de nos trabalhar no duro e ser incentivados e preparados para trabalhar no duro.

Eles precisam de perceber que o trabalho é mais duro por causa da queda original, mas em última análise foi dado por Deus para saborear o seu beneplácito. Ficar com as mãos sujas no esforço, na luta, no cansaço – tudo isto é bom, não é mau.

Infelizmente muitos jovens nunca viram como é importante para um homem poder trabalhar. Vamos mostrar-lhes que o trabalho traz alegria. O trabalho honra a Deus. O trabalho bem feito dá glória ao Criador.

Seja feito com os dedos num teclado, cortando árvores à machadada, ou manobrando uma empilhadora. Seja feito num escritório com ar-condicionado, em pântanos lamacentos, ou debaixo de um carro. Mas não se enganem: o trabalho importa e o que fizermos com as nossas mãos, se for bem feito, é um sinal do Criador.

5. Tens talento, mas não és Deus

Vamos embeber os nossos filhos num sentimento de confiança, de aprovação, de dignidade. Mas vamos lembrar-lhes que, embora agraciados pelo Criador, eles não são Deus.

Temos de lhes ensinar que a masculinidade genuína não se envaidece. Inclina-se. Pega numa toalha e lava os pés dos outros.

Um homem de verdade sente-se confortável tanto quando reza como quando fala. Ele sabe que a sua força não está nas suas façanhas ou naquilo que ele acha que as pessoas pensam dele. A força vem de Deus.

Esta humildade alimenta a compaixão e vai permitir-lhes perdoar àqueles que os hão-de ferir duramente. Vamos ajudar os nossos filhos a saber que as suas vidas realmente começam, não quando eles tiverem 18 anos ou quando tiverem o primeiro trabalho ou quando se apaixonarem por uma mulher.

As suas vidas começaram numa colina poeirenta há 2000 anos, aos pés de uma cruz romana, onde a justiça e o perdão se reuniram no sacrifício sangrento do seu salvador.

Vamos ensiná-los que viver a vida sem Jesus é como dar um concerto no convés do Titanic. É bom enquanto dura, mas, por fim, acaba na tristeza.

Fonte: Senza Pagare

Tratado das Tentações, Capítulo 4: Meio para reconhecer que não se consentiu na tentação





CAPITULO IV.

MEIO PARA RECONHECER QUE NÃO SE

CONSENTIU NA TENTAÇÃO.

Sem dificuldade convimos que, em si mesma, a tentação não é um mal, e que só o consentimento faz o pecado. O que produz embaraço e causa uma viva inquietação às almas que Deus põe nessa provação e que conduz pela via penosa das tentações, é que elas quase sempre temem ofender a Deus; e que, não havendo refletido bastante sobre esta matéria, não têm princípios para se tranquilizarem: não sabem distinguir a tentação do consentimento. Essa incerteza em que elas estão de haverem aderido à tentação lança-as numa perplexidade que as faz sofrer muito, que lhes faz perder a paz interior, que lhes debilita a confiança confrangendo-lhes o coração e que as impede de ir a Deus com liberdade, finalmente que as lança num desânimo extremo e lhes abate inteiramente as forças. Algumas reflexões poderão esclarecer as vossas dúvidas sobre este ponto, e pôr-vos em estado de decidir-vos.

Nós não somos inteiramente senhores de nossa mente e do nosso coração. Não podemos impedir que certas idéias, certos sentimentos nos ocupem. Às vezes mesmo eles nos ocupam de súbito tão fortemente, que a alma é arrastada a seguir um pensamento, um projeto, sem o perceber. A preocupação é tão grande, que não vemos nada, não ouvimos nada do que se passa ao redor de nós, que não nos lembramos sequer do momento em que essas idéias, esses sentimentos começaram a apoderar-se da nossa alma. Assim, muitas vezes, nos achamos, sem reparar, em pensamentos e sentimentos contrários à caridade e a outras virtudes, em projetos de vaidade, de orgulho e de amor-próprio.

Este estado dura mais ou menos, conforme é mais ou menos forte a impressão dos objetos ou da imaginação, ou conforme alguma circunstância impressionante tire mais cedo a alma dessa espécie de encantamento. Então, por uma reflexão distinta, ela percebe aquilo que a ocupa. Se, nesse momento em que é restituída a si mesma, ela condena essa idéia, esse sentimento; se os desaprova e.se se desvia deles tanto quanto pode, prudentemente pode-se assegurar que em tudo o que precedeu ela não fez nenhum mal. A satisfação que ela experimenta de se ver liberta deles é mais um sinal bastante seguro de que a vontade não tomou nenhuma parte neles com reflexão.

Nessa preocupação, não houve deliberação, não houve escolha da parte da vontade. Para que se ofenda a Deus, é preciso que a vontade consinta deliberadamente em alguma coisa má, e que possa renunciar-lhe. Não se acha nem uma coisa nem outra naquilo que precede a reflexão: não pode, pois, haver aí pecado. Aliás, essa desaprovação tão pronta, desde a primeira reflexão, assinala a boa disposição da alma, que não teria admitido essas idéias, esses sentimentos, que não se teria ocupado deles, se os houvesse conhecido com bastante reflexão para os admitir ou rejeitar por escolha. Devemo-nos, pois, comportar neste caso como se essas idéias e esses sentimentos começassem no momento em que os percebemos com reflexão. Só neste ponto é que deve começar o exame que se deve fazer; e, se então eles foram rejeitados, devemos conservar-nos em paz.

Essa preocupação pode ser longa, como muitas vezes sucede na oração, em que somos arrastados por uma distração que absorve toda a atividade da alma. Esta circunstância não a torna voluntária e deliberada. Não depende da vontade tornar essa distração mais curta, como não depende o Impedi-la de vir: não há da sua parte mais escolha numa coisa do que noutra. Também não haverá mais mal; visto que a preocupação que chega subitamente sem que a prevejamos não é um pecado. A longura do tempo que a experimentamos não a torna culposa. Não é, pois, muito difícil decidir-se nessa circunstância.


Padre Michel da Companhia de Jesus, Tratado das Tentações

O marxismo e a destruição das famílias


quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Santa Catarina de Siena, Carta 195 - Defender a cidade da tua alma



(Carta 195) Defender a cidade de tua alma

Para Estevão Maconi.

Saudação e objetivo
Em nome de Jesus Cristo crucificado e da amável Maria, caríssimo filho no doce Cristo Jesus, eu Catarina, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo, te escrevo no seu precioso sangue, desejosa de te ver como verdadeiro defensor da cidade de tua alma.
O cão de guarda é a consciência

Ó filho caríssimo, a cidade da alma tem muitas portas. Três as principais: memória, Inteligência e vontade. O criador permitiu que todas elas possam ser atacadas, mas apenas uma não pode ser aberta pelo lado de fora, e esta é à vontade. Assim acontece que algumas vezes a inteligência se obscurece e a memória passa a lembrar realidades vazias e passageiras, com numerosas e diversificadas imaginações, pensamentos desonestos e coisas semelhantes, enquanto todos os sentimentos corporais ficam desordenados e arruináveis. Com isto percebe-se que estas portas não dependem de nosso livre controle. Somente a porta da vontade esta sobre nosso poder e tem como guarda o livre-arbítrio. É uma porta tão robusta, que demônio e pessoa alguma podem abri-la, se o seu guarda não consentir. Mas abrindo-se esta porta, ou seja, sendo dado o consentimento ao que a memória, a inteligência e outras portas sentem, para sempre fica desprotegida nossa cidade. Reconheçamos pois, filho, reconheçamos o grande benefício e desmedido amor que recebemos de Deus, dando-nos posse livre de tão nobre cidade. Esforcemo-nos em pôr junto ao livre- arbítrio um bom e nobre guarda, que é o cão da consciência. Quando alguém se aproxima da porta, latindo ele acorda a razão para que a inteligência veja se é amigo ou inimigo. Então o livre-arbítrio deixara entrar os amigos, para que realizem boas e santas inspirações; mas expulsará os inimigos, fechando a porta da vontade para que não consinta as más imaginações que diariamente se aproximam da porta. Assim fazendo, quando o senhor te pedir, prestarás contas a Ele, poderás entregar a cidade salva e adornada com muitas virtudes através da sua graça.

Conclusão Nada mais acrescento aqui. Como escrevi em comum a todos os filhos no primeiro dia deste mês, chegamos aqui no primeiro domingo do Advento com muita paz. Permanece no santo e doce amor de Deus.

 Jesus doce, Jesus amor.

Fonte: Servo dos Servos de Deus
Cartas Completas de Santa Catarina de Siena, Editora Paulus
http://escritosdossantos.blogspot.com.br/

Amar como Jesus amou


A palavra amor encontra-se tão deturpada que, em muitos casos, já não é possível descobrir seu significado


A estratégia do movimento revolucionário em curso segue muito mais pela via da semântica, que das armas. Cooptar a linguagem e modificá-la de tal maneira que já não seja possível saber do que se fala, tem sido o carro-chefe da revolução há pelo menos meio século. E mesmo dentro da Igreja é possível perceber essa discrepância entre a letra e a hermenêutica. Reino de Deus, por exemplo, pode representar desde o paraíso celeste ao mundo melhor desejado pelos socialistas.

A palavra amor também não foge à regra. Usá-la para justificar todo tipo de barbaridade, quer na esfera pública, quer na eclesiástica, tornou-se algo corriqueiro. Com efeito, aquilo que para os católicos deveria estar no centro de sua fé, ou seja, a crença no amor de Deus e as exigências que dele decorrem, se converte em pura superficialidade e experiências sentimentalistas. Daí a reação ignara de certos meios à qualquer tipo de repreensão ou correção. Afinal de contas, diriam, o que importa é o amor.

Todavia, uma tal forma de pensamento não é somente absurda, mas nociva. E os seus frutos provam isso a cada vez que uma criança se rebela contra a autoridade de seus pais. Ora, “uma característica de quem ama de verdade é não querer que o Amado seja ofendido”01, logo, acusar de farisaismo quem, preocupado com a verdade de Cristo, se propõe a defendê-la abertamente é uma atitude, no mínimo, desonesta. Não se trata aqui de endossar contendas e comportamentos afetados de quem está mais interessado em destruir, que converter, mas de entregar-se sobremaneira à missão de Cristo de ir pelo mundo e fazer discípulos entre todas as nações.

Assim, instrui São Paulo, “prega a palavra, insiste oportuna e inoportunamente, repreende, ameaça, exorta com toda paciência e empenho de instruir.” (Cf. II Tim 4, 2) “Se, porém” – questiona São João Crisóstomo – “eles pelas obras profanam a fé e não se escondem, cobertos de vergonha, debaixo da terra, por que se irritam contra nós, que condenamos com palavras o que eles manifestam com ações?” Não existe verdadeiro amor pelo bem sem um ódio mortal por aquilo que é mal. O amor só é verdadeiro se estiver intimamente associado à verdade e à justiça, e por isso ele é, não raras vezes, motivo de verdadeiro escândalo. E por isso quando o amor se fez carne o homem o matou numa cruz. O preço do amor de São João Batista foi sua cabeça servida em uma bandeja.

A palavra amor é banalizada, sobretudo, quando, em nome dela, se opta por uma vida de pecado desregrado e de mentira. Isso não é amor, é falta de caráter. O coração do que ama verdadeiramente é impelido a dizer palavras como as de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão: “tirai-me antes a vida que ofender o vosso bendito Filho, meu Senhor.” Toda ação missionária da Igreja é norteada por essas mesmas palavras do santo brasileiro. Uma missionariedade que, apesar das oposições, preocupa-se, sim, com a conversão dos pecadores, uma vez que foi o próprio Cristo a exortá-los a serem santos como o Pai é santo.

Dom Eugênio Sales costumava dizer que o problema da Igreja é de alfaiataria: “tem saia de mais e calça de menos”. O falecido cardeal se referia à pusilanimidade, à síndrome de Poliana que acredita que tudo é belo, tudo é bom, tudo é lindo e sem pecado. Uma presunção que arrasta a Igreja à covardia e à frouxidão, por isso, diametralmente oposta à virtude do amor. O verdadeiro cristão, contudo, não se alicerça na covardia, mas na fortaleza, na virilidade, na radicalidade do amor, com a qual o Papa Pio XI afirmava: “Quando se tratar de salvar alguma alma, sentiremos a coragem de tratar com o diabo em pessoa”.

Por Equipe Christo Nihil Praeponere
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