sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Mensagem de Bento XVI para a Quaresma 2013



MENSAGEM
Crer na caridade suscita caridade
"Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele"
(1 Jo 4, 16)

Mensagem do Papa Bento XVI para a Quaresma 2013

Queridos irmãos e irmãs! 
A celebração da Quaresma, no contexto do Ano da fé, proporciona-nos uma preciosa ocasião para meditar sobre a relação entre fé e caridade: entre o crer em Deus, no Deus de Jesus Cristo, e o amor, que é fruto da ação do Espírito Santo e nos guia por um caminho de dedicação a Deus e aos outros. 
1. A fé como resposta ao amor de Deus 
Na minha primeira Encíclica, deixei já alguns elementos que permitem individuar a estreita ligação entre estas duas virtudes teologais: a fé e a caridade. Partindo duma afirmação fundamental do apóstolo João: "Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele" (1 Jo 4, 16), recordava que, "no início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo. (...) Dado que Deus foi o primeiro a amar-nos (cf. 1 Jo 4, 10), agora o amor já não é apenas um 'mandamento', mas é a resposta ao dom do amor com que Deus vem ao nosso encontro" (Deus caritas est, 1). A fé constitui aquela adesão pessoal - que engloba todas as nossas faculdades - à revelação do amor gratuito e "apaixonado" que Deus tem por nós e que se manifesta plenamente em Jesus Cristo. O encontro com Deus Amor envolve não só o coração, mas também o intelecto: "O reconhecimento do Deus vivo é um caminho para o amor, e o sim da nossa vontade à d’Ele une intelecto, vontade e sentimento no ato globalizante do amor. Mas isto é um processo que permanece continuamente a caminho: o amor nunca está 'concluído' e completado" (ibid., 17). Daqui deriva, para todos os cristãos e em particular para os "agentes da caridade", a necessidade da fé, daquele "encontro com Deus em Cristo que suscite neles o amor e abra o seu íntimo ao outro, de tal modo que, para eles, o amor do próximo já não seja um mandamento por assim dizer imposto de fora, mas uma consequência resultante da sua fé que se torna operativa pelo amor" (ibid., 31). O cristão é uma pessoa conquistada pelo amor de Cristo e, movido por este amor - "caritas Christi urget nos" (2 Cor 5, 14) - , está aberto de modo profundo e concreto ao amor do próximo (cf. ibid., 33). Esta atitude nasce, antes de tudo, da consciência de ser amados, perdoados e mesmo servidos pelo Senhor, que Se inclina para lavar os pés dos Apóstolos e Se oferece a Si mesmo na cruz para atrair a humanidade ao amor de Deus.
"A fé mostra-nos o Deus que entregou o seu Filho por nós e assim gera em nós a certeza vitoriosa de que isto é mesmo verdade: Deus é amor! (...) A fé, que toma consciência do amor de Deus revelado no coração trespassado de Jesus na cruz, suscita por sua vez o amor. Aquele amor divino é a luz – fundamentalmente, a única - que ilumina incessantemente um mundo às escuras e nos dá a coragem de viver e agir" (ibid., 39). Tudo isto nos faz compreender como o procedimento principal que distingue os cristãos é precisamente "o amor fundado sobre a fé e por ela plasmado" (ibid., 7). 
2. A caridade como vida na fé 
Toda a vida cristã consiste em responder ao amor de Deus. A primeira resposta é precisamente a fé como acolhimento, cheio de admiração e gratidão, de uma iniciativa divina inaudita que nos precede e solicita; e o "sim" da fé assinala o início de uma luminosa história de amizade com o Senhor, que enche e dá sentido pleno a toda a nossa vida. Mas Deus não se contenta com o nosso acolhimento do seu amor gratuito; não Se limita a amar-nos, mas quer atrair-nos a Si, transformar-nos de modo tão profundo que nos leve a dizer, como São Paulo: Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim (cf. Gl 2, 20). 
Quando damos espaço ao amor de Deus, tornamo-nos semelhantes a Ele, participantes da sua própria caridade. Abrirmo-nos ao seu amor significa deixar que Ele viva em nós e nos leve a amar com Ele, n'Ele e como Ele; só então a nossa fé se torna verdadeiramente uma "fé que atua pelo amor" (Gl 5, 6) e Ele vem habitar em nós (cf. 1 Jo 4, 12). 
A fé é conhecer a verdade e aderir a ela (cf. 1 Tm 2, 4); a caridade é "caminhar" na verdade (cf. Ef 4, 15). Pela fé, entra-se na amizade com o Senhor; pela caridade, vive-se e cultiva-se esta amizade (cf. Jo 15, 14-15). A fé faz-nos acolher o mandamento do nosso Mestre e Senhor; a caridade dá-nos a felicidade de pô-lo em prática (cf. Jo 13, 13-17). Na fé, somos gerados como filhos de Deus (cf. Jo 1, 12-13); a caridade faz-nos perseverar na filiação divina de modo concreto, produzindo o fruto do Espírito Santo (cf. Gl 5, 22). A fé faz-nos reconhecer os dons que o Deus bom e generoso nos confia; a caridade fá-los frutificar (cf. Mt 25, 14-30). 
3. O entrelaçamento indissolúvel de fé e caridade 
À luz de quanto foi dito, torna-se claro que nunca podemos separar e menos ainda contrapor fé e caridade. Estas duas virtudes teologais estão intimamente unidas, e seria errado ver entre elas um contraste ou uma "dialética". Na realidade, se, por um lado, é redutiva a posição de quem acentua de tal maneira o carácter prioritário e decisivo da fé que acaba por subestimar ou quase desprezar as obras concretas da caridade reduzindo-a a um genérico humanitarismo, por outro é igualmente redutivo defender uma exagerada supremacia da caridade e sua operatividade, pensando que as obras substituem a fé. Para uma vida espiritual sã, é necessário evitar tanto o fideísmo como o ativismo moralista. 
A existência cristã consiste num contínuo subir ao monte do encontro com Deus e depois voltar a descer, trazendo o amor e a força que daí derivam, para servir os nossos irmãos e irmãs com o próprio amor de Deus. Na Sagrada Escritura, vemos como o zelo dos Apóstolos pelo anúncio do Evangelho, que suscita a fé, está estreitamente ligado com a amorosa solicitude pelo serviço dos pobres (cf. At 6, 1-4). Na Igreja, devem coexistir e integrar-se contemplação e ação, de certa forma simbolizadas nas figuras evangélicas das irmãs Maria e Marta (cf. Lc 10, 38-42). A prioridade cabe sempre à relação com Deus, e a verdadeira partilha evangélica deve radicar-se na fé (cf. Catequese na Audiência geral de 25 de Abril de 2012). De fato, por vezes tende-se a circunscrever a palavra "caridade" à solidariedade ou à mera ajuda humanitária; é importante recordar, ao invés, que a maior obra de caridade é precisamente a evangelização, ou seja, o "serviço da Palavra". Não há ação mais benéfica e, por conseguinte, caritativa com o próximo do que repartir-lhe o pão da Palavra de Deus, fazê-lo participante da Boa Nova do Evangelho, introduzi-lo no relacionamento com Deus: a evangelização é a promoção mais alta e integral da pessoa humana. Como escreveu o Servo de Deus Papa Paulo VI, na Encíclica Populorum progressio, o anúncio de Cristo é o primeiro e principal fator de desenvolvimento (cf. n. 16). A verdade primordial do amor de Deus por nós, vivida e anunciada, é que abre a nossa existência ao acolhimento deste amor e torna possível o desenvolvimento integral da humanidade e de cada homem (cf. Enc. Caritas in veritate, 8).
Essencialmente, tudo parte do Amor e tende para o Amor. O amor gratuito de Deus é-nos dado a conhecer por meio do anúncio do Evangelho. Se o acolhermos com fé, recebemos aquele primeiro e indispensável contato com o divino que é capaz de nos fazer "enamorar do Amor", para depois habitar e crescer neste Amor e comunicá-lo com alegria aos outros. 
A propósito da relação entre fé e obras de caridade, há um texto na Carta de São Paulo aos Efésios que a resume talvez do melhor modo: "É pela graça que estais salvos, por meio da fé. E isto não vem de vós; é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie. Porque nós fomos feitos por Ele, criados em Cristo Jesus, para vivermos na prática das boas ações que Deus de antemão preparou para nelas caminharmos" (2, 8-10). Daqui se deduz que toda a iniciativa salvífica vem de Deus, da sua graça, do seu perdão acolhido na fé; mas tal iniciativa, longe de limitar a nossa liberdade e responsabilidade, torna-as mais autênticas e orienta-as para as obras da caridade. Estas não são fruto principalmente do esforço humano, de que vangloriar-se, mas nascem da própria fé, brotam da graça que Deus oferece em abundância. Uma fé sem obras é como uma árvore sem frutos: estas duas virtudes implicam-se mutuamente. A Quaresma, com as indicações que dá tradicionalmente para a vida cristã, convida-nos precisamente a alimentar a fé com uma escuta mais atenta e prolongada da Palavra de Deus e a participação nos Sacramentos e, ao mesmo tempo, a crescer na caridade, no amor a Deus e ao próximo, nomeadamente através do jejum, da penitência e da esmola. 
4. Prioridade da fé, primazia da caridade 
Como todo o dom de Deus, a fé e a caridade remetem para a ação do mesmo e único Espírito Santo (cf. 1 Cor 13), aquele Espírito que em nós clama:"Abbá! – Pai!" (Gl 4, 6), e que nos faz dizer: "Jesus é Senhor!" (1 Cor 12, 3) e "Maranatha! – Vem, Senhor!" (1 Cor 16, 22; Ap 22, 20). 
Enquanto dom e resposta, a fé faz-nos conhecer a verdade de Cristo como Amor encarnado e crucificado, adesão plena e perfeita à vontade do Pai e infinita misericórdia divina para com o próximo; a fé radica no coração e na mente a firme convicção de que precisamente este Amor é a única realidade vitoriosa sobre o mal e a morte. A fé convida-nos a olhar o futuro com a virtude da esperança, na expectativa confiante de que a vitória do amor de Cristo chegue à sua plenitude. Por sua vez, a caridade faz-nos entrar no amor de Deus manifestado em Cristo, faz-nos aderir de modo pessoal e existencial à doação total e sem reservas de Jesus ao Pai e aos irmãos. Infundindo em nós a caridade, o Espírito Santo torna-nos participantes da dedicação própria de Jesus: filial em relação a Deus e fraterna em relação a cada ser humano (cf. Rm 5, 5). 
A relação entre estas duas virtudes é análoga à que existe entre dois sacramentos fundamentais da Igreja: o Batismo e a Eucaristia. O Batismo (sacramentum fidei) precede a Eucaristia (sacramentum caritatis), mas está orientado para ela, que constitui a plenitude do caminho cristão. De maneira análoga, a fé precede a caridade, mas só se revela genuína se for coroada por ela. Tudo inicia do acolhimento humilde da fé ("saber-se amado por Deus"), mas deve chegar à verdade da caridade ("saber amar a Deus e ao próximo"), que permanece para sempre, como coroamento de todas as virtudes (cf. 1 Cor 13, 13). 
Caríssimos irmãos e irmãs, neste tempo de Quaresma, em que nos preparamos para celebrar o evento da Cruz e da Ressurreição, no qual o Amor de Deus redimiu o mundo e iluminou a história, desejo a todos vós que vivais este tempo precioso reavivando a fé em Jesus Cristo, para entrar no seu próprio circuito de amor ao Pai e a cada irmão e irmã que encontramos na nossa vida. Por isto elevo a minha oração a Deus, enquanto invoco sobre cada um e sobre cada comunidade a Bênção do Senhor! 
Vaticano, 15 de Outubro de 2012 












quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Diálogo entre São João Bosco e São Domingos Sávio


"Sávio me apresentou um magnífico ramalhete que tinha nas mãos. Nele havia rosas, violetas, girassóis, gencianas, lírios, sempre-vivas e, entre as flores, espigas de trigo. Ofereceu-mo e disse:
- Observa!
- Vejo, mas nada entendo – respondi.
- Dá este ramalhete a teus filhos para que possam oferecê-lo ao Senhor quando chegar o momento; procura que todos o tenham; a ninguém lhe falte nem o deixe tirar. Podes estar certo de que com ele terão o suficiente para ser felizes.
- Mas, que significa esse ramalhete de flores?
- Consulta a Teologia; ela te dirá e te dará a explicação.
- A Teologia, estudei-a eu, mas não saberia como tirar dela o significado do que me apresentas.
- Pois tens estrita obrigação de saber tudo isso.
- Vamos, tira-me da minha ansiedade, explica-me tu!
- Vês estas flores? Representam as virtudes que mais agradam ao Senhor.
- Quais são?
- A rosa é símbolo da caridade; a violeta, da humildade; o girassol, da obediência; a genciana, da penitência e da mortificação; as espigas, da comunhão freqüente; o lírio indica a bela virtude da qual está escrito: Erunt sicut Angeli Dei in caelo, a castidade. E a sempre-viva significa que todas essas virtudes devem durar sempre, ela simboliza a perseverança.
- Ora bem, meu caro Sávio: tu, que durante toda a tua vida praticaste todas essas virtudes, diz-me: o que foi que mais te consolou na hora da morte?
- Que te parece que possa ser? – respondeu Sávio.
- Foi talvez ter conservado a bela virtude da pureza?
- Não; não é só isso.
- Alegrou-te talvez teres a consciência tranqüila?
- Isso é bom, porém não é o melhor.
- Por acaso teu consolo terá sido a esperança do Paraíso?
- Também não.
- Pois então! O haver entesourado muitas boas obras?
- Não, não!
- Então, qual foi teu consolo na última hora? – perguntei, entre confuso e suplicante, vendo que não conseguia adivinhar seu pensamento.
- O que mais me confortou no transe da morte foi a assistência da poderosa e amável Mãe do Salvador. Diz isto a teus filhos: que não se esqueçam de invocá-La em quanto estão em vida."


Fonte: Livro Sonhos de São João Bosco. Céu, inferno e purgatório. Editora Artpress.
Créditos ao blog Apostolado Católico na Internet

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

O que os Santos dizem sobre o carnaval - Parte 05 - São Vicente Ferrer


“O carnaval é um tempo infelicíssimo, no qual os cristãos cometem pecados sobre pecados, e correm à rédea solta para a perdição”.

O que os Santos dizem sobre o carnaval - Parte 04

O Servo de Deus, João de Foligno, dava ao carnaval o nome de: “Colheita do diabo”.

 Santa Catarina de Sena, referindo-se ao carnaval, exclamava entre soluços: “Oh! Que tempo diabólico!”

São Carlos Borromeu jamais podia compreender como os cristãos podiam conservar este perniciosíssimo costume do paganismo.

“Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar. Resisti-lhe fortes na fé. Vós sabeis que os vossos irmãos, que estão espalhados pelo mundo, sofrem os mesmos padecimentos que vós”. (I Pedro 5, 8-9)

 “Tomai, por tanto, a armadura de Deus, para que possais resistir nos dias maus e manter-vos inabaláveis no cumprimento do vosso dever”. (Efésios 6, 13).

 “Intensificai as vossas invocações e súplicas. Orai em toda circunstância, pelo Espírito, no qual perseverai em intensa vigília de súplica por todos os cristãos”. (Efésios 6,18).

 Fonte: Reporter de Cristo (texto adaptado)
 São Pio de Pietrelcina blog

O Carnaval é mau em sua natureza - Padre Marcelo Tenório



Pe. Marcélo Tenorio


Por causa do pecado original herdamos uma natureza decaída. Não fazemos, como nos diz S. Paulo o bem que desejamos, mas o mal que não queremos fazer. É a  concupiscência da carne; a inclinação que temos ao mal, que nos afasta de Deus, nosso Sumo Bem.

A moral católica nos ensina que não existem "Atos Neutros", de forma que tudo que fazemos nos leva ou para Deus, ou para longe Dele.

S. Paulo nos admoesta:

"Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus." ( I Cor 10, 31).

Aqui está a chave de tudo: " Dar glória a Deus" pelos nossos atos. De forma que, diante disso, cabe-nos a interrogação: o que faço, o que realizo leva-me a dar glória a Deus?

A glória de Deus, ensina Santo Irineu, "É o homem Vivo!". E é óbvio que trata-se aqui da vida na graça.

Estar na Glória de Deus é viver na graça e nela permanecer. Então devemos zelar, redobrar nossos esforços para que, permanecendo Nele , possamos dar-lhe a glória que lhe é devida.

Nosso Senhor nos ensinou a procurar por primeiro o Reino de Deus e sua justiça. Noutros momentos nos admoestou à bravura e até à  violência conosco mesmos: " Se teu olho de faz pecar.." ou " ..O reino dos céus é para os violentos"(Mt

 11, 12.).
 



Ora o oposto da graça é o pecado. Então sendo assim devemos fugir das ocasiões que podem nos levar ao erro.

Assim a fuga do pecado é mais que uma obrigação, um dever de todos aqueles que amam a Deus e permanecem em seu santo temor.

Cabe-nos então perguntar:

O que faz um cristão em meio à folia carnavalesca? Não estaria ele se expondo gravemente ao pecado? E mesmo que, sendo ele alguém "impermeável "( o que não existe), sua presença ali não seria um ato grave de cumplicidade com o mal? Como ficar num local - mesmo que ileso - onde tantas almas são arrastadas à perdição? Que glória estaria dando a Deus  comungando com os infiéis?

Mas, dirão: Estamos apenas nos divertindo. Que mal há nisso?

Ou ainda: O carnaval em si é bom. Nada há de mal. O mal está naqueles que brincam indevidamente.

Santo Agostinho nos ensina que o pecado entra em nós pelos sentidos.

Ora, a ideia de que o carnaval é bom  e que o pecado não é da festa mas do espírito dos que brincam, é falso e é usado por aqueles que rodopiando pelo catecismo, com malabarismos tentam justificar  e absolver de culpa aquilo que é o centro de todo mal, o carnaval em si. 

Essa forma de agir é próprio dos modernistas e já tão conhecida que o grande S. Pio X a condenou na célebre encíclica Pascendi Dominici Gregis , em 1907.

"O objeto é bom ( o carnaval), mas o espírito carnavalesco é que é responsável pelo mal que venha a existir, já que subjetivo." 

Coloco aqui a questão dos atos e dos vícios. Ora beber não é pecado, beber em demasia, sim. Assim com a comida, com o falar, etc. São as virtudes que vão moderar os atos humanos, para que não se caia em exageros. Bem verdade isso.

Ora, mas não podemos nos esquecer o que ensina a moral católica sobre as ocasiões que podem nos levar ao pecado. 

Vejamos a questão das ocasiões próximas e remotas.

A ocasião remota é aquela que encontramos em toda parte, sobretudo nos dias de hoje, mas raramente arrasta a alma para o pecado. É mais fácil de ser driblada.

A ocasião próxima, por sua mesma natureza, induz ao pecado.

É claro que para alguns uma ocasião, que aos outros pode ser remota, torna-se próxima.

Claro que, como ensina Sto. Afonso, o "perigo não é igual nem o mesmo para todos".

Tratando-se do carnaval , não existe distinção entre a folia e foliar, pois a questão está na natureza mesma da festa, uma natureza de insubordinação às regras, a preponderação da carne sobre o espírito, e disso não sairá outro resultado, senão a depravação dos costumes e a rejeição da prática das virtudes.

Se hoje temos um carnaval de se fazer inveja aos tempos do dilúvio não é causa de uma subjetividade de atos, mas da essência mesma da festa. É a sentença já conhecida: " os que vivem na carne, na carne morrerão"

Novamente S. Paulo:

"Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito, e o Espírito o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam." (Gálatas 5.17) 


Mas qual o objetivo de se rodopiar tanto para salvar o "reinado de Momo?" Que necessidade existe em se gastar tantos escritos, argumentos inflamados em defesa de algo tão acidental e dispensável que é a folia de Momo?

A verdade é que, reinando Momo também reinamos nós em nossa carne, nos prazeres e nos desejos mais escondidos, aflorados ou não...É, na verdade a antiga busca romântica pela autonomia dos sentidos.

Ensina a Imitação de Cristo:


Pois a perfeita vitória é triunfar de si mesmo. Porque aquele que se
domina a tal ponto, que os sentidos obedeçam à razão e a razão lhe obedeça em todas as coisas, este é realmente vencedor de si mesmo e senhor do mundo. 


O carnaval não é uma festa católica. Era uma festa pagã que os romanos realizavam em fevereiro, as februália. De forma que nada temos com ela, muito pelo contrário, devemos buscar o essencial para nós que é o Sumo Bem e ensinar isso àqueles que vivem aos ventos de seus próprios desejos, alimentando os seus sentidos com tudo o que lhe é prazeroso.

Ora, é justamente caminhando em sentido contrário, refreando os sentidos, pondo controle aos vícios que permanecemos na graça para a qual nós fomos criados. Os santos nos ensinam isso com a própria vida tão cheia de renúncias e conformidade com a vontade divina.

Leiamos bem o que vários santos falaram sobre o carnaval, sua repulsa e condenação a essa folia. A colocação dos santos são simples e clara. Não cabe aqui interpretações descabidas, na busca de um "não sei que" que legitime o que é mal em sua natureza e origem.

Fiquemos com os santos. Sabemos onde estão e como chegaram lá. Certamente não foi correndo atrás de folias, dando asas ao corpo..muito pelo contrário, "crucificaram-se com Cristo!

Agindo assim estaremos seguros.

 E se a Glória de Deus é o homem vivo, então "Glorifiquemos a Deus em nossos corpos!"
Fonte: Da Mihi Animas

O que os Santos dizem sobre o carnaval - Parte 03 - Santa Teresa dos Andes



“Nestes três dias de carnaval tivemos o Santíssimo exposto desde a uma, mais ou menos, até pouco antes das 6 h. São dias de festa e ao mesmo tempo de tristeza. Podemos fazer tão pouco para reparar tanto pecado…”

(Santa Teresa dos Andes, Carta 162).
Créditos: Repórter de Cristo

O que os Santos dizem sobre o carnaval - Parte 02 - Santo Afonso Maria de Ligório



“Não é sem razão mística que a Igreja propõe hoje à nossa meditação, Jesus Cristo predizendo a sua dolorosa Paixão. Deseja a nossa boa Mãe que nós, seus filhos, nos unamos a ela na compaixão de seu divino Esposo, e o consolemos com os nossos obséquios; porquanto os pecadores, nestes dias mais do que em outros tempos, lhe renovam os ultrajes descritos no Evangelho. Nestes tristes dias os cristãos, e quiçá entre eles alguns dos mais favorecidos, trairão, como Judas, o seu divino Mestre e o entregarão nas mãos do demônio. Eles o trairão, já não às ocultas, senão nas praças e vias públicas, fazendo ostentação de sua traição! Eles os trairão, não por trinta dinheiros, mas por coisas mais vis ainda: pela satisfação de uma paixão, por um torpe prazer, por um divertimento momentâneo. Uma das baixezas mais infames que Jesus Cristo sofreu em sua Paixão, foi que os soldados lhe vendaram os olhos e, como se ele nada visse, o cobriram de escarros, e lhe deram bofetadas, dizendo: Profetiza agora, Cristo, quem te bateu? Ah, meu Senhor! Quantas vezes esses mesmos ignominiosos tormentos não Vos são de novo infligidos nestes dias de extravagância diabólica? Pessoas que se cobrem o rosto com uma máscara, como se Deus assim não pudesse reconhecê-las, não têm vergonha de vomitar em qualquer parte palavras obscenas, cantigas licenciosas, até blasfêmias execráveis, contra o Santo Nome de Deus. Sim, pois se, segundo a palavra do Apóstolo, cada pecado é uma renovação da crucifixão do Filho de Deus. Ah! Nestes dias Jesus será crucificado centenas e milhares de vezes.”

(Santo Afonso Maria de Ligório, Meditações).
Créditos: Repórter de Cristo

domingo, 10 de fevereiro de 2013

O que os Santos dizem sobre o carnaval - Parte 01 - Santa Faustina

 


“Nestes dois últimos dias de carnaval, conheci um grande acúmulo de castigos e pecados. O Senhor deu-me a conhecer num instante os pecados do mundo inteiro cometidos nestes dias. Desfaleci de terror e, apesar de conhecer toda a profundeza da misericórdia divina, admirei-me que Deus permita que a humanidade exista” (Diário, 926).

Créditos: Repórter de Cristo

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Dos Sermões de São João Maria Vianney o Cura D’Ars - A respeito da impureza e das danças sensuais


São João Crisóstomo diz: "– Olhe aquela jovem mundana e leviana, ou melhor, olhe para aquela pequena chama do fogo diabólico, que com sua beleza e gestos "flamboyants", acende no coração da-quele jovem, o fogo da concupiscência. Você não os vê? Um mais do que o outro, buscando atrair-se mutuamente pelos seus charmes e toda a sorte de truques e ardis? Se você puder, pode contar, Ó infeliz pecador: o número de seus maus pensamentos, ou maus desejos e suas ações pecaminosas! Não é nesses lugares que você ouve aquilo que agrada aos seus ouvidos, que inflama e queima os corações, fazendo dessas assembléias fornalhas de "falta-de-vergonha"? E não é por acaso ali, meus caros irmãos, que os rapazes e moças, bebem diretamente na fonte do crime, a qual logo, logo, se transforma num rio que transborda o seu leito, arruinando e envenenando tudo à sua volta? Pois eu digo; continuem! Sigam em frente, pais e mães desavergonhados! Sigam para o Inferno, onde a justiça e a fúria de Deus os aguarda com todas as ações que vocês praticaram, permitindo aos seus filhos correrem tais riscos. Pois sigam em frente, porque eles não demorarão muito a se reunirem com vocês, já que vocês deixaram a estrada pa-vimentada para eles. Sigam em frente e contem o número de anos que seus filhos e filhas perderam! Apresentem-se diante do Supremo Juiz para prestarem contas de suas vidas e ali vocês verão que o seu pastor tinha toda a razão ao proibir essa espécie de prazer diabólico! Você me dirá: –Ah! Você está apresentando as coisas maiores do que elas são realmente! Pois bem, você acha que eu estou falando demais? Então ouça o que os Santos Padres da Igreja dizem a esse respeito! São Efraim diz-nos que a dança é a perdição de moças e mulheres, a cegueira dos homens, o lamento dos anjos e a alegria dos demônios. Meu Deus! Será que alguém possui olhos tão enfeitiçados a ponto de acreditar que não existe mal nenhum nisso, enquanto essa é a corda com a qual o demônio arrasta a maioria das almas para o Inferno? Então continuem, sigam em frente pobres pais, cegos e perdidos! Sigam desprezando o que o seu pastor está dizendo para vocês! Continuem no caminho que vocês estão seguindo! Ouçam tudo e não tirem proveito de nada! Deixem entrar por um ouvido e sair pelo outro!


Fonte: Modéstia Masculina
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