terça-feira, 31 de julho de 2012

Aula - A Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem (PARTE II)

Aqui está a segunda parte da aula sobre a Devoção à Nossa Senhora segundo o espírito de São Luís Maria de Montfort.
Boa aula!


A Virgem Maria e as almas consagradas




R. Garrigou-Lagrange, O.P.
Rainha das virgens porque teve a virgindade no mais eminente grau, porque conservou a virgindade na concepção, no parto do Salvador e para sempre. Por isso, ela fez as almas compreenderem o valor da virgindade, que não é apenas, como o pudor, uma inclinação louvável da sensibilidade mas uma virtude, isto é, uma força espiritual [1]. Ela mostra que a virgindade consagrada a Deus é superior à simples castidade, porque promete a Deus a integridade do corpo e a pureza do coração por toda a vida. Santo Tomas diz que a virgindade está para a castidade assim como a munificência para a simples liberalidade, pois ela é um dom por si mesmo excelente, que manifesta uma perfeita generosidade.
Maria preserva as virgens no meio dos perigos, sustenta-as em suas lutas e as conduz, se elas são fieis, a uma grande intimidade com seu Filho.
Qual é o seu papel em relação às almas consagradas? Estas almas são chamadas pela Igreja: “as esposas do Cristo”. Seu perfeito modelo é evidentemente a Santíssima Virgem. A seu exemplo, devem ter, em união com Nosso Senhor, uma vida de oração e de reparação ou de imolação pelo mundo e pelos pecadores. Elas devem também consolar os aflitos, lembrando o que diz o Evangelho, que o consolo que elas levam sobrenaturalmente aos membros sofredores do Cristo, é a Ele que elas levam, para fazer-lhe esquecer tantas ingratidões, friezas e mesmo profanações.
Por isso a vida destas almas deve se esforçar para produzir as virtudes de Maria e continuar, em certa medida, seu papel em relação a Nosso Senhor e aos fieis.
Se as almas consagradas sabem e querem seguir esta direção, elas procurarão aos pés de Maria e acharão nela aquilo que será uma magnífica compensação a todas as renúncias e privações, aceitas no começo em bloco, e que se considera, às vezes, por demais duras quando se apresentam no dia a dia.
Enfim a Santa Virgem faz as virgens consagradas a Deus compreenderem que podem humildemente aspirar por uma maternidade espiritual que é um reflexo da sua própria maternidade em relação às crianças abandonadas, aos pobres, aos pecadores, que têm necessidade de encontrar assistência de uma grande bondade sobrenatural. A esta maternidade Jesus faz alusão quando diz (Mat. XXV, 35): “Tive fome e me deste de comer; tive sede e me destes de beber; fui estrangeiro, e me acolhestes; estava nu e me vestiste; doente, e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim”.
Esta maternidade espiritual se exerce também na vida contemplativa e reparadora, pelo apostolado da oração e do sofrimento, que fecunda a pregação para a conversão dos pecadores e a expansão do reino do Cristo. Esta maternidade tem seus sofrimentos, mas a Santa Virgem inspira como é preciso oferecê-los e deixa entrever sua fecundidade.
Enfim Maria assiste às mães cristãs, para que, após darem à luz seus filhos, formem suas almas na vida da fé, da confiança e do amor de Deus, para que elas os tragam de volta se se desviam, como fez Santa Mônica com Santo Agostinho.
Vemos assim qual é a realeza universal da Mãe de Deus: Ela é a rainha de todos os Santos, por sua missão única no plano providencial, pela perfeição da graça e da glória e pela perfeição de suas virtudes.
Ela é a Rainha de todos os santos conhecidos e desconhecidos, de todos os que estão no céu, canonizados, beatificados ou não, e de todos aqueles que se santificam na terra e dos quais ela conhece a predestinação, as provações, as alegrias, a perseverança e os frutos que serão a coroação deles para a eternidade. [2]
(extr. de “La Mère du Sauveur et Notre Vie Interieure”. Trad.: Permanência)
Notas:

[1] Santo Tomás nota que a virtude da castidade e a da virgindade são superiores ao pudor como a virtude da misericórdia é superior à piedade sensível.

[2] Padre Duperray, diretor espiritual do Pequeno seminário de Saint Gildas (Charlieu, Loire) escreveu um excelente relatório para XI Congresso Nacional de Recrutamento Sacerdotal, que teve lugar em Londres, de 1° a 4 de agosto de 1935 (Imprimerie de la Grotte, Lourdes): La Devotion à Marie et la culture des vocations.

Diz ele, p. 5: “O padre e o futuro padre são mais que simples cristãos, são os continuadores de Cristo, outros, como São João, são chamados para amar Maria com uma grande ternura e assegurados de ser amados pela Santíssima Virgem como discípulos bem amados. Nossos seminaristas, por um lado, têm pois, por sua vocação, as graças de escolha para amar a Santíssima Virgem, a fim de que Maria encontre em seus corações os mesmos sentimentos de Jesus; por outro lado, nossos seminaristas podem estar certos de uma predileção especial da Santíssima Virgem que quer formar neles outros Cristos”. O autor deste excelente opúsculo mostra qual é a influência de Maria na crise de crescimento do seminarista. Ele cita as reflexões de um aluno, seminarista de quinze anos, que mostra como essa crise foi atravessada de modo feliz com o socorro da nossa Mãe do céu. Cada dia a intimidade de Maria traz graças para chegar ao cume do sacerdócio. À sombra de seu manto, o zelo apostólico de amanhã se desenvolve. — O mesmo autor nota, p. 10, o benefício de uma conversa marial antes de dormir. “No lugar do exame de consciência, espécie de monólogo, prestação de contas austero das faltas do dia, é uma revisão encantadora, com nossa Mamãe do céu, do que foi mal feito e sobretudo do que foi bem feito durante o dia, verdadeira distenção espiritual”. — Outra nota não menos justa, p. 12: “Quando um dos meus dirigidos, sentindo em seu coração a necessidade da ternura e da afeição feminina, hesita entre a vocação para o casamento e a vocação sacerdotal, tento fazê-lo descobrir a resposta às necessidades de seu coração numa verdadeira vocação marial. Tenho a convicção de ter, por esse meio, ganho vocações”. — p. 14: “Aqui, como em toda parte, só se suprime bem aquilo que é substituído; o remédio negativo é insuficiente. O verdadeiro problema está na boa colocação do coração (afeições sobrenaturais familiares, boas amizades...)”.

“Não percebeis aí o socorro precioso do ideal marial para dar a nosso seminarista essa delicada discrição, tão fina, quando se encontra?”.

“A verdadeira pureza, diz o P. de Foucauld, não consiste nesse estado neutro onde não se pertence a ninguém, mas nesse estado em que se adere totalmente a Deus”.

Fonte: Católicos Tradicionais
CatólicoRibeirão

O que é um pecado mortal? - Padre Paulo Ricardo


domingo, 29 de julho de 2012

São Casimiro, rei santo, puro e austero



São Casimiro, catedral de Vilnius, Lituânia. Heróis medievais
Casimiro, rei eleito da Hungria, filho de Casimiro III da Polônia, assinalou-se desde a mais tenra idade pela sua pureza de costumes e pela vida sumamente austera.

Nada o aborrecia tanto como a pompa e a moleza de costumes da corte. Por isso trajava sempre com a maior singeleza, dormia freqüentemente sobre a terra nua e passava uma parte da noite em oração, até mesmo diante das portas das igrejas, em adoração ao Santíssimo Sacramento.

Maria Santíssima consagrava a ternura de um filho. Conhecido é o hino em honra da Mãe de Deus, cuja autoria se lhe atribui: "Cantai e anunciai cada dia os louvores da Rainha do Céu". Mandou colocar no seu túmulo, sobre o seu coração, uma cópia deste hino.

Casimiro vivia na mais austera continência. Como um dia lhe fizessem propostas sobre esta matéria, e se aventurassem a dar-lhe conselhos, retorquiu com a maior decisão: "Antes morrer que macular-me".

Morreu santamente aos vinte e cinco anos. Seu corpo foi encontrado completamente incorrupto, cento e vinte e cinco anos depois. Até os vestidos estavam plenamente intactos, apesar da umidade que favoreceria a decomposição.


(Pe. Adolfo de Doss, S.J., "A Pérola das Virtudes")

Tentei, mas não era possível - Tihamer Toth


Por D. Tihamer Toth


O acabrunhamento e o desânimo vêm muitas vezes de não saberem os jovens distinguir entre esforço perseverante e simples desejo. Queixam-se facilmente, dizendo: “Quantas vezes tentei livrar-me desse defeito! Quantas vezes experimentei tornar-me melhor! Quantas vezes quis fazer isto ou aquilo!... Mas não era possível!”

Pois bem, esses jovens nem quiseram realmente, nem tentaram seriamente. Apenas pensaram que no futuro seriam melhores porque “queriam” sê-lo; e nada fizeram para atingir esse objetivo. Há uma diferença considerável entre “eu queria” e “eu quero”. O primeiro é um soldado de papelão que não intimidará a ninguém, e menos ainda aos próprios defeitos. O segundo, ao contrário, é uma potência capaz de vencer o mundo, e que saberá esmagar todos os seus defeitos.

Por uma radiosa tarde de maio, um jovem estudava junto à janela aberta. De repente, um besouro entrou no quarto e abateu-se sobre a mesa. O pobre inseto caíra de costas, e o estudante pôs-se a observá-lo. Que ia fazer? O besouro girou, golpeou o ar com as patas, mas sem conseguir reerguer-se. É o “eu queria” – “Se ficar assim, morrerei de fome, ou correrei o risco de ser esmagado”, pensaria, de certo. Mas, depois de muito trabalho, consegue estender as asas sobre as quais estava deitado, e abri-las. Zumbe furiosamente, debate-se com todas as forças... e se põe de lado. – “Não é o momento de descansar. Seu eu o fizesse, estaria perdido”, diz então a si mesmo. E torna a dar-se ao trabalho... torna a cair sobre as patas... retoma o vôo para nova meta no azul do céu. Isso é o “eu quero”... O besouro voou, mas ensinou-te a diferença entre o “eu queria” e o “eu quero” triunfante!

“Tentei, mas não era possível!” – Perdão, meu amigo, preciso lhe dizer francamente a minha opinião: Não é verdade, você não tentou. Apenas disse a si mesmo que seria bom tentar. Você é desses fracos, inconstantes – há tantos no mundo! – que não ousam agarrar as suas paixões pela garganta, com firmeza. Seria, contudo o único meio de se libertar do império que as paixões desordenadas exercem sobre você.

“Tentei” – Mas então por que voltou a tornar a ver o fruto que não queria mais tocar?... Sabia, por experiência própria, que o sabor desse fruto é bem amargo, e, entretanto, queria conhecê-lo de novo... Sim, por que é que você cedia um pouco todos os dias na boa resolução que tinha tomado com tamanho entusiasmo?

Acredita você que Cristóvão Colombo teria jamais descoberto a América, se se tivesse deixado desanimar pelos seus primeiros fracassos? Não teve ele até que solicitar ajuda em diferentes países para cobrir os gastos da sua viagem? Zombaram dele, chamaram-lhe de aventureiro, trataram-no como fanático. Mas ele se apegava apaixonadamente ao seu projeto. Não tinha ele todas as razões de crer que, além dos mares, como nem tudo podia ser oceano, devia haver um continente desconhecido?... E ele empreendeu a sua grande viagem de exploração, da qual os seus contemporâneos não acreditavam pudesse voltar.

Você faria bem em adotar o lema daquela ilha da Holanda chamada Seeland. A maior parte dessa ilha está situada abaixo do nível do mar, e só à custa de trabalhos contínuos é que ela pode defender-se contra a invasão das águas. Mais de uma vez, é verdade, fracassou nessa luta contra o mar, e o oceano invadiu-a... Porém ela traz, apesar disso, em seu brasão, a altiva e célebre frase: “Luctor et emergo!”. “Luto e consigo emergir!”.
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Trecho do livro “O Moço de Caráter”, de D. Tihamer Toth. Taubaté: Editora SCJ, 1952.


Fonte: Vida e Castidade

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Ofício Popular de Nossa Senhora do Carmo




1. Dizei, lábios meus,
   Palavras benditas
   Em louvor da Virgem
   Mãe dos Carmelitas.

2. Deus te salve, Nuvem
   Vista do Carmelo,
   Para todo o mundo
   Prenúncio mais belo.

1. Foi nesta figura
   Que Elias viu,
   Que o povo devoto,
   Já te distinguiu.

2. Rogai a Deus por nós
   Mãe dos Carmelitas
  Para que vivamos
  Onde tu habitas

1. Glória seja ao Pai
   Ao Filho, ao Amor também
   Pois que é um só Deus
   Em pessoas três.

2. Como no princípio
   Agora e sempre
   Por todos os séculos
   Dos séculos. Amém.

ORAÇÃO
Deus, quisestes que a Ordem do Carmo fosse honrada com o título da sempre Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe do vosso Filho. Concedei-nos, pela sua intercessão, pois que veneramos agora a sua memória, que com ela subamos a montanha que é Cristo e participemos das alegrias eternas. Pelo mesmo Cristo, que convosco vive e reina por todos os séculos dos séculos.
Amém.

1. Ó flor do Carmelo
   Videira florescente
   Esplendor do céu,
  Ó Mãe tão clemente.

2.O Monte Carmelo,
   A mística montanha,
   É lugar honrado,
   Por graça tamanha.

1. Deus lá te fez um trono
   Pra nossa alegria
   Deu-nos o teu nome:
   Irmãos de Maria.

2. Nuvem benfazeja
   Nuvem promissora
   Da graça do mundo
   És a portadora.

1. Como no deserto
   A nuvem luminosa
   És a nuvem guia
   Virgem, tão formosa.

2. Aquela guiava
   Para terra santa
   De Deus um sinal
   Da promessa tanta.

1. Ó Mãe, que nos guia
   Na estrada de Jesus
   E ao Céu aponta
   Qual farol de luz.

2. Pelo Escapulário
   Sinal Tão clemente
   O Carmelo exulta
   E grita de contente

1.Glória seja ao Pai
   Ao Filho, ao Amor também
   Pois que é um só Deus
   Em pessoa três.

2. Como no princípio
   Agora e sempre
   Por todos os séculos
   Dos séculos. Amém.


ORAÇÃO
   Ó Deus, que escolhestes a Bem-aventurada Virgem Maria, excelsa Filha de Sião, concedei-nos seguir os exemplos daquela que vos agradou pela humildade e obediência à vossa santa Vontade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo.
Amém.

1. Deus te salve Virgem
   Honra do Carmelo
  Que te louva e preza
  Santa Mãe de Deus

2. Sempre destinada
   Para Mãe de Deus,
   Trazes alegria.
   A este Povo teu

1. Foi chegada a hora
   Por Deus proferida
   Entre as mulheres
   Foste a escolhida

2. Na hora chegada
   Pra nossa alegria
  O anjo te saudou
  Com: Ave Maria

1. Ave te saúda
   O anjo Gabriel
   És cheia de graça
  Escolhida do céu

2. Disse o santo Anjo
   De ti nascerá
   O Filho do Altíssimo
   Que o mundo salvará

1. Pelo Santo Espírito
   Teu seio fecundo
   Gera o Filho, o Justo,
   O Salvador do mundo

2. A Deus tu disseste :
   "Sou a tua serva.
   Que em mim se faça
   Como tu disseste"

1. Deus Pai te honrou
   O Filho te exaltou
   Em Virgem, Esposa e Mãe
  O Amor te consagrou.

2. Ensina Senhora
   O Povo de Deus
   A ele servir
  Como filhos teus.

1. A Isabel levaste
   Imensa alegria.
   "Bendito é o fruto
   Do ventre teu, Maria"

2. Deste em Judá
   Um Sublime exemplo :
   Onde há caridade
   Deus está presente.

1. O teu testemunho
    Palavra e ação,
   Tua caridade
   É santa lição

2. À casa de Isabel
   Levaste alegria
   Como aurora santa
   Que anuncia o dia.

1. Também o Carmelo,
    Ditoso e feliz,
   Por tua presença
   Ao bom Deus bendiz.

2. Glória seja ao Pai
    Ao Filho, ao Amor também
    Pois que é um só Deus.

1. Como no princípio
   Agora e sempre
   Por todos os séculos
   Dos séculos. Amém.


ORAÇÃO
   Deus, que manifestastes por Isabel, inspirada pelo Espírito Santo, a sublime grandeza da Bem-aventurada Virgem Maria. Concedei-nos, que obedecendo à inspiração do mesmo Espírito de Amor, possamos levar Cristo a nossos irmãos e glorificar-vos por uma vida santa e fiel. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, que convosco vive e reina na unidade do Espírito santo.
Amém.

1. É chegada a hora
   Hora da alegria
   Tudo cante e exulte
   Por ti, ó Maria.

2. Numa noite fria,
   Em teu colo quente,
   Ó quanta alegria!
   Nasceu teu Jesus

1. Anjos cantam glória
   A Deus Pai no céu
   Para nós nasceu
   O Filho de Deus.

2. Nossa alma canta
   De felicidade
   Por Deus que nos visita
   Em nossa humildade.

1. Foi por teu Sim Maria
   Humilde servidora
   Que nos veio o Cristo,
   A Graça Redentora.

2. No louvor unido,
   Como em Belém,
   O Carmelo exulta:
   Glória a Deus! Amém!

1. Foste protetora
   Do Menino Santo
   Guarda-nos Senhora
   Sob o teu manto

2. Subiste a festa
   Na cidade Santa
   Lá ficou Jesus
   Entre a gente, tanta.

1. Três dias buscaste
   Com a alma aflita
   No Templo o encontraste,
   Hora tão bendita

2. Ó Mãe premurosa
   Quando o escutaste
   Em sua discípula
   Logo te tornaste.

1. À montanha santa,
   Que todos subimos
   Buscamos contigo
   Encontrar Jesus.

2. Virgem, o teu Filho,
   Foi obediente
   Por ele te amamos
   Com o coração contente.

1. Virgem pura e santa
   Mãe e protetora
   És dos carmelitas
   Gentil condutora.

2. Guia nossos passos,
   Conserva-nos puros
   No caminho santo
   Que ao céu conduz.

1. Senhora do Carmo
   Nós, que a Deus servimos,
   Contigo o louvamos
   Nestes nossos hinos

2. Glória seja ao Pai
   Ao Filho, ao Amor também
   Pois que é um só Deus
   Em pessoas três.

1. Como no princípio
   Agora e sempre
   Por todos os séculos
   Dos séculos. Amém.


ORAÇÃO
   Deus, que enviastes do céu o vosso Filho nascido da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe que o concebeu antes no coração que no seio, concedei que o mesmo Cristo que acolhemos com fé seja por nós testemunhado em dignas obras de justiça. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo.
Amém.

1. Unidos subamos
   Todos ao Carmelo
   Lá nos chama a Virgem
   Pra seguir Jesus.

2. Quem segue teus passos,
   Ó Virgem Maria,
   A Deus sempre serve
   Com fé e alegria.

1. Para o Evangelho
   Ir anunciar,
   Pra servir ao Pai
   Jesus deixou teu lar.

2. Curou, fez milagres
   Trouxe alegria
   Perdão concedeu,
   O amor vencia!

1. Uma dura espada
   Feriu teu coração:
   Jesus foi traído,
   Quanta ingratidão!

2. Mas, vence sempre a graça
   Do amor nascida
   Que a maldição
   No ódio nutrida

1. Junto a Cruz de Cristo
   Estavas lacrimosa.
   Junto a nossa cruz
   Estás prestimosa.

2. Em nosso caminho
   De fadigas e dor
   Teu Escapulário
   É sinal de amor.

1. Quem prezar tal prenda
   Amando-te Maria
   Passará a noite,
   Chegará ao dia.

2. Dia da vitória,
   Dia tão bendito,
   Do qual Cristo é luz
   Para o povo aflito.

1. Quem a Deus honrar
    Seguindo-te Maria
   Chegará seguro
   Ao Dia da alegria.

2. Ao Monte subindo
   Do Carmelo o cimo,
   Nós os teus devotos 
   Te cantamos hinos

1. Leva-nos Maria,
   Pela tua mão
   Á montanha santa
   A Cristo, nosso irmão.

2. Deus te salve, Mestra
   Em tudo Divina
   Que no Carmo deste
   A melhor doutrina

1. Permite que nós
   Por ensinos teus
   Aprendamos bem
   A servir a Deus

2. Faze, pois, Senhora
   Que te imitemos
   E de te honrar
   Nunca mais cessemos

1. Glória seja ao Pai
   Ao Filho, ao Amor também
   Pois que é um só Deus
   Em pessoas três.

2. Como no princípio
   Agora e sempre
   Por todos os séculos
   Dos séculos. Amém.


ORAÇÃO
    Deus, quisestes que a Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe do teu Filho, fosse exemplo e modelo para os discípulos de vosso Filho, Jesus. Concedei-nos que seguindo seus exemplos venhamos a ser verdadeiros discípulos de Cristo, ouvindo solícitos suas palavras e guardando-as fielmente. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo.
Amém.

1. Deus te salve, Virgem,
Ó Flor do Carmelo,
Que a Deus bendiz
Pelo teu viver

2. No Céu um sinal
Viu João atento
E em nossa terra
Um grande tormento

1. Deus que te guardou,
Virgem Mãe Clemente,
Guarda a nós, teus filhos,
Sempre providente

2. Qual na seca a chuva
E o rio no deserto
Enches de alegria
O Carmelo incerto.

1. Pedem garantias
Aos filhos do Carmelo
Que a Jesus seguiam
De coração sincero.

2. Em meio a angústia
Buscam na oração
Um sinal de amor
Da tua proteção.

1. Mostrastes teu amor
Qual Mãe carinhosa
Pelo escapulário
Prenda tão honrosa

2. Da veste dos frades
É mais que avental,
O escapulário
É veste fraternal!

1. Veste tão bendita
Veste preciosa
É penhor do amor
De Mãe tão bondosa.

2. O Escapulário,
Veste do caminho
Proteja-nos sempre
Com o teu carinho

1. Do ataque certo
Do vil tentador
Protege os fracos
Com teu valor.

2. Sinal protetor
Na vida e na morte,
É o Escapulário
Para o bom devoto.

1. Que na aflição
A ti recorrer
Pelo escapulário
A paz vê nascer.

2. Orna nossa alma
Com tuas virtudes:
Bondade e esperança
Amor e confiança

1. Seja Deus honrado
Em ti, ó Maria,
O teu testemunho
Brilha como o dia.

2. Sede o nosso amparo 
Nesta travessia
Na vida e na morte
Santa Mãe Maria. 

1. Glória seja ao Pai
Ao Filho, ao Amor também
Pois que é um só Deus
Em pessoas três.

2. Como no princípio
Agora e sempre 
Por todos os séculos
Dos séculos. Amém.


ORAÇÃO
Deus, que deste à Ordem do Carmo a Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe do vosso Filho, como amparo em suas aflições, concedei-nos, pela sua intercessão que sejamos fervorosos de espírito, servindo-vos com zelos, alegres na esperança, pacientes na tribulação, firmes na esperança e constantes na caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo.
Amém.

1. Deus te salve, virgem
Mãe e protetora,
Da Ordem do Carmo
Sempre protetora.

2. Por maior grandeza
Como está sabido
Do céu nos trouxeste
Tão rico vestido

1. Prometendo a todos
Com amor materno
Morrendo devotos.
Livrá-los do inferno

2. Este Escapulário
Tão santo bentinho
É da Salvação
Seguro Caminho

1. Teu favor, Senhora,
Sempre nos defenda
Para que prezemos 
Tão distinta prenda

2. Quem Deus tanto amou,
Nós amar devemos.
Quem Deus respeitou,
Nós respeitaremos.

1. Aceita Senhora
Esta devoção
Em sinal de amor
Dos filhos gratidão

2. Ó Virgem do Carmo
Tua intercessão
A todos conceda
Feliz salvação.

Amém.

Fonte: Na Escola de Maria Santíssima.

***

Este é um blog mariano! Cometi o erro de não postar nada sobre Nossa Senhora do Carmo em seu dia. Aqui está a compensação para a minha Mãezinha! Te amo, Mãe Santíssima!

Christian.

Aula - A Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem

Pessoal, esses dias eu finalmente consegui obter o Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem, de São Luís Maria Grignion de Montfort!!! Deo Gratias!

Para celebrar, coloco esta excelente aula aqui, para animar a todos a ler esse bendito livro que Deus usa para a salvação de seus filhos, e a fazer a consagração a Nossa Senhora!

TE DEUM


Te Deum laudamus: te Dominum confitemur.
A Vós, ó Deus, louvamos e por Senhor nosso Vos confessamos.
Te æternum Patrem omnis terra veneratur.
A Vós, ó Eterno Pai, reverencia e adora toda a Terra.
Tibi omnes Angeli, tibi Cæli, et universæ Potestates: Tibi Cherubim et Seraphim incessabili voce proclamant: Sanctus, Sanctus, Sanctus Dominus Deus Sabaoth.
A Vós, todos os Anjos, a Vós, os Céus e todas as Potestades; A Vós, os Querubins e Serafins com incessantes vozes proclamam: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus dos Exércitos!
Pleni sunt cæli et terra majestatis gloriæ tuæ.
Os Céus e a Terra estão cheios da vossa glória e majestade.
Te gloriosus Apostolorum chorus, Te Prophetarum laudabilis numerus, Te Martyrum candidatus laudat exercitus.
A Vós, o glorioso coro dos Apóstolos, A Vós, a respeitável assembleia dos Profetas, A Vós, o brilhante exército dos mártires engrandece com louvores!
Te per orbem terrarum sancta confitetur Ecclesia, Patrem immensæ majestatis: Venerandum tuum verum et unicum Filium: Sanctum quoque Paraclitum Spiritum. Tu Rex gloriæ, Christe.
A Santa Igreja anuncia por toda a Terra a glória do vosso Santo nome, A Vós, Eterno Pai, Deus de imensa majestade: Ao Vosso verdadeiro e único Filho, digno objecto das nossas a adorações, Do mesmo modo ao Espírito Santo, nosso consolador e advogado. Vós sois o Rei da Glória, ó meu Senhor Jesus Cristo!
Tu Patris sempiternus es Filius, Tu, ad liberandum suscepturus hominem, non horruisti Virginis uterum.
Vós sois Filho sempiterno do vosso Pai Omnipotente! Vós, para vos unirdes ao homem e o resgatardes , Vos dignastes de entrar no casto seio duma Virgem!
Tu, devicto mortis aculeo, aperuisti credentibus regna cælorum. Tu ad dexteram, Dei sedes, in gloria Patris. Iudex crederis esse venturus.
Vós, vencedor do estímulo da morte, abristes aos fiéis o Reino dos Céus. Vós estais sentado à direita de Deus, no glorioso trono do vosso Pai! Nós cremos e confessamos firmemente que de lá haveis de vir a julgar no fim do mundo.
(Ao versículo seguinte, todos se inclinam) Te ergo quæsumus, tuis famulis subveni, quos pretioso sanguine redemisti.
(Ao versículo seguinte, todos se inclinam) A Vós portanto rogamos que socorrais os vossos servos a quem remistes como vosso preciosíssimo Sangue.
Æterna fac cum Sanctis tuis in gloria munerari.
Fazei que sejamos contados na eterna glória, entre o número dos vossos Santos.
Salvum fac populum tuum, Domine, et benedic hereditati tuæ.
Salvai, Senhor, o vosso povo e abençoai a vossa herança,
Et rege eos, et extolle illos usque in æternum.
E regei-os e exaltai-os eternamente para maior glória vossa.
Per singulos dies benedicimus te; Et laudamus Nomen tuum in sæculum, et in sæculum sæculi.
Todos os dias Vos bendizemos; E esperamos glorificar o vosso nome agora e por todos os séculos.
Dignare, Domine, die isto sine peccato nos custodire.
Dignai-Vos, Senhor, conservar-nos neste dia e sempre sem pecado.
Miserere nostri domine, miserere nostri.
Tende compaixão de nós, Senhor, compadecei-Vos de nós, miseráveis.
Fiat misericordia tua, Domine, super nos, quemadmodum speravimus in te.
Derramai sobre nós, Senhor, a vossa misericórdia, pois em Vós colocamos toda a nossa esperança.
In te, Domine, speravi: non confundar in æternum.
Em Vós, Senhor, esperei, não serei confundido.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Sê cavalheiresco



Como a história dos heróis te inspira respeito, não é verdade, meu filho? Um Alexandre Grande, um Júlio César, um Napoleão. No entanto, não há no mundo herói maior, maior vencedor, que aquele que sabe submeter seus baixos instintos às leis da razão; do mesmo modo, ao contrário, não há mais vil escravidão para o homem chamado ao domínio intelectual do que gemer nas algemas das paixões cegas. Procura pensar nisso nos momentos difíceis que te seja preciso sustentar de novo sua luta contra os baixos instintos.
Atem-se a sempre manifestar um espírito verdadeiramente cavalheiresco para com as mulheres. Não te limites a mostra-lo, mas sente-o de fato.
Não penso aqui nos modos afetados, nesses eternos cumprimentos que os peralvilhos modernos chamam conduta cavalheiresca, mas penso nos verdadeiros cavaleiros da Idade Média cuja espada estava sempre pronta a proteger os fracos e cujo coração estava sempre disposto a defender a honra das mulheres. O verdadeiro cavaleiro é o que protege a mulher em primeiro lugar contra os desejos desregrados do seu próprio corpo e contra um jogo frívolo. O verdadeiro cavalheiro é o que descobre em cada mulher, mesmo nas infelizes mais decaídas, a imagem de sua mãe e de suas irmãs, e evita aproximar-se delas com desejos impuros, do mesmo modo que não toleraria que outros se aproximassem de sua mãe e de sua irmã com intenções desonestas. Respeita a mulher como se respeita a flor que não pode secar para que possa dar frutos.

Monsenhor Tihamer Toth, A Casta Adolescência

Modo de resistir às tentações segundo São João da Cruz



Há duas maneiras de resistir aos vícios e adquirir as virtudes. Existe uma maneira mais comum e não tão perfeita que consiste em procurar resistir a algum vício por meio de atos de virtude que se lhe opõe e que destrói tal vício, pecado ou tentação. Como se ao vício ou tentação de impaciência ou de espírito de vingança que sinto em minha alma, por algum dano recebido, ou por palavras injuriosas, ou quisesse resistir lançando mão de considerações apropriadas, por exemplo, considerando a paixão do Senhor: "Era maltratado e ele sofria, não abria a boca" (Is 53,7); ou trazendo à lembrança os bens que se adquirem com o sofrimento e com o vencer-se a si mesmo, ou ainda, pensando que Deus nos ordenou que sofrêssemos por advir daí o nosso aproveitamento, etc. Por meio dessas considerações, consinto em sofrer, querer e aceitar a citada injúria, afronta ou dano, e isso, visando a glória e a honra de Deus. Esta maneira de resistir e de se opor à tentação, vício ou pecado em apreço, dá ocasião ao exercício da paciência e é um bom modo de resistir, ainda que árduo e menos perfeito.

Há outra maneira mais fácil, proveitosa e perfeita de vencer vícios e tentações e adquirir e conquistar virtudes. Consiste no seguinte: a alma deve aplicar-se apenas nos atos e movimentos anagógicos e amorosos, prescindindo de outros exercícios estranhos; por este meio, consegue opor resistência e vencer todas as tentações do nosso adversário, alcançando assim as virtudes, em grau eminente.

Ao sentirmos o primeiro movimento ou investida de algum vício, como a luxúria, a ira, impaciência, espírito de vingança por uma ofensa recebida, etc., não procuremos resistir opondo um ato da virtude contrária, segundo ficou dito, mas desde os primeiros assaltos, façamos logo um ato ou movimento de amor anagógico contra o vício em questão, elevando nosso afeto a Deus, porque com essa diligência já a alma foge da ocasião e se apresenta a seu Deus e se une com ele. Ora, desse modo, consegue vencer a tentação e o inimigo não pode executar o seu plano, pois não encontra a quem ferir, uma vez que a alma, por estar mais onde ama do que onde anima, subtraiu divinamente o corpo a tentação. Portanto, não acha o adversário por onde atacar e dominar a alma; ela já não se encontra ali onde ele a queria ferir e lhe causar dano.

E então, ó maravilha! a alma como esquecida do movimento vicioso e junta e unida com seu Amado, nenhum movimento sente do tal vício com que o demônio pretendia tentá-la, tendo mesmo, para isso, arremessado seus dardos contra ela; primeiramente, porque subtraiu o corpo, como ficou dito, e, portanto, já não se encontra ali; assim, se me permitem a expressão, seria quase como tentar um corpo morto, pelejar com o que ão é, com o que não está, com o que não sente, nem é capaz de ser tentado, naquela ocasião.

Desta maneira vai-se formando na alma uma virtude heróica e admirável, que o Doutor Angélico, Santo Tomás, denomina virtude da alma perfeitamente purificada. Esta virtude, diz o Santo, é a que vem a ter a alma quando Deus a eleva a tal estado que ela já não sente as solicitações dos vícios, nem seus assaltos, nem arremetidas ou tentações, pelo elevado grau de virtude a que chegou. E daqui lhe nasce e advém uma tão sublime perfeição que já nada se lhe dá que a injuriem ou que a louvem e enalteçam; que a humilhem, que digam mal dela ou que digam bem. Porque, como os citados movimentos anagógicos e amorosos conduzem a alma a tão elevado e sublime estado, o efeito mais próprio deles com relação a ela é fazê-la esquecer todas as coisas que estão fora de seu Amado, que é Jesus Cristo. E daqui lhe vem, segundo referimos, que estando a alma unida a seu Deus e entretida com ele, as tentações não encontram a quem ferir, pois não podem elevar-se ao nível a que a alma subiu, ou até onde foi elevada por Deus: "Nenhum mal te atingirá" (Sl 90,10)

Deve-se prevenir aos principiantes, cujos atos de amor anagógicos não são ainda tão rápidos e instantâneos, nem tão fervorosos, para que consigam, de um salto, ausentar-se completamente dali e unir-se com o Esposo, que, se perceberem que apenas essa diligência não basta para esquecer por completo o movimento vicioso da tentação, não deixem de opor resistência, lançando mão de todas as armas e considerações que puderem, até que cheguem a vencê-la completamente. Devem proceder do seguinte modo: primeiramente, procurem resistir, oponto os mais fervorosos movimentos anagógicos que lhes for possível e os ponham em prática, exercitando-se neles mutas vezes; quando isso não for suficiente, porque a tentação é forte e eles são fracos, aproveitem-se, então, de todas as armas de piedosas meditações e exercícios que julgarem ser necessários para conseguir a vitória. Devem estar persuadidos de que este modo de resistir é excelente e eficaz, pois encerra em si todas as estratégias de guerra necessárias e de importância.

São João da Cruz, Ditames de Espírito

Fonte: GRAA
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